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Cientistas encontram ligação entre poluição e tumores cerebrais

Os carros ficam parados no trânsito.
Os carros ficam parados no trânsito. Direitos de autor  Canva
Direitos de autor Canva
De Gabriela Galvin
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A exposição a níveis mais elevados de poluição atmosférica ao longo do tempo foi associada a um risco mais elevado de meningioma, um tipo de tumor cerebral que normalmente não é canceroso mas que pode causar outros problemas de saúde.

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Segundo um novo estudo, as pessoas expostas a níveis mais elevados de poluição atmosférica parecem ter mais probabilidades de desenvolver um tipo de tumor cerebral que normalmente não causa cancro, mas que pode conduzir a outros problemas de saúde.

Os meningiomas são o tipo mais comum de tumor cerebral primário e crescem tão lentamente que podem demorar anos a serem detectados. Têm origem nas membranas que envolvem o cérebro e a espinal medula.

Só raramente são cancerígenos, mas os meningiomas podem causar outras deficiências ao afetar o tecido cerebral, os nervos ou os vasos nas proximidades.

Para o estudo, os investigadores seguiram quase quatro milhões de adultos na Dinamarca durante um período de 21 anos. Cerca de 16.600 pessoas desenvolveram tumores do sistema nervoso central, incluindo cerca de 4.600 que desenvolveram meningioma.

Os investigadores estimaram então os seus níveis de exposição a diferentes tipos de poluição atmosférica, por exemplo, emissões de tráfego e poluição por gasóleo, ao longo de uma década.

A análise revelou que as pessoas mais expostas à poluição atmosférica corriam um maior risco de desenvolver meningiomas, mas não existia uma forte ligação entre a poluição atmosférica e os tumores cerebrais mais agressivos, como os gliomas.

Os riscos mais elevados foram os das partículas ultrafinas provenientes de gases de escape, fumo e emissões.

O estudo não prova que a poluição atmosférica causa o meningioma, apenas que existe uma ligação entre os dois.

Mas vem juntar-se ao conjunto crescente de provas de que a poluição atmosférica é prejudicial para a saúde das pessoas. Outros estudos demonstraram que as partículas ultrafinas podem atravessar a barreira hemato-encefálica e danificar o tecido cerebral.

"Embora a investigação sobre os efeitos das partículas ultrafinas na saúde esteja ainda na sua fase inicial, estes resultados apontam para uma possível ligação entre a exposição a partículas ultrafinas relacionadas com o tráfego e o desenvolvimento de meningiomas", afirma Ulla Hvidtfeldt, uma das autoras do estudo e cientista sénior do Instituto Dinamarquês do Cancro, num comunicado.

O estudo mostra que "a poluição atmosférica pode afetar o cérebro - e não apenas o coração e os pulmões", acrescentou Hvidtfeldt.

O estudo foi publicado na Neurology, a revista médica da Academia Americana de Neurologia.

Os resultados também lançam uma nova luz sobre os meningiomas, uma vez que os cientistas não sabem exatamente o que os causa. Outros riscos incluem a radiação, particularmente na infância, e uma condição genética chamada Neurofibromatose tipo 2.

O estudo tem algumas limitações, nomeadamente o facto de os investigadores terem estimado a exposição das pessoas à poluição atmosférica com base na qualidade do ar exterior dos seus bairros. O estudo não incluiu a possível exposição ao ar poluído no trabalho, nem teve em conta o tempo que as pessoas passavam dentro de casa.

"É necessária mais investigação para confirmar estes resultados, mas se a limpeza do nosso ar puder ajudar a reduzir o risco de tumores cerebrais, isso poderá fazer uma verdadeira diferença para a saúde pública", afirmou Hvidtfeldt.

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