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Gripe, COVID-19 e vírus comuns podem aumentar risco de enfarte e AVC

Mulher toca na garganta dorida
Mulher toca na garganta dorida Direitos de autor  Canva
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De Gabriela Galvin
Publicado a
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Nova análise conclui que infeções virais aumentam os riscos para a saúde cardíaca a curto e a longo prazo

Ficar doente com gripe ou COVID-19 aumenta o risco de enfarte do miocárdio ou acidente vascular cerebral (AVC) nas semanas seguintes, segundo uma nova análise que mapeia como os vírus podem afetar a saúde cardiovascular.

Investigadores sabem há muito que vírus como o papilomavírus humano (HPV) e a hepatite B podem causar cancro, mas as ligações a outros problemas de saúde, como doença cardíaca, permanecem menos claras.

A análise mais recente reuniu dados de 155 estudos. Indica que há riscos para a saúde cardiovascular associados a infeções tão diversas como gripe, coronavírus, VIH, hepatite C e o vírus varicela-zóster, que causa zona e varicela.

«O nosso estudo concluiu que infeções virais agudas e crónicas estão associadas a riscos de doença cardiovascular a curto e a longo prazo, incluindo AVC e enfarte», disse em comunicado Kosuke Kawai, autor principal do estudo e epidemiologista da Universidade da Califórnia, Los Angeles.

No mês seguinte a um diagnóstico de gripe, as pessoas têm quatro vezes mais probabilidade de sofrer um enfarte e cinco vezes mais de sofrer um AVC, segundo o estudo, publicado no Journal of the American Heart Association.

Nos 3,5 meses após a infeção por COVID-19, o risco de enfarte ou AVC triplica, mantendo-se acima do normal durante um ano após a infeção, concluiu o estudo.

Já nas infeções crónicas, os riscos elevados eram mais baixos, mas persistentes.

O risco de enfarte era 60 por cento superior nas pessoas com VIH, 27 por cento superior nas com hepatite C e 12 por cento superior nas com zona, pelo menos cinco anos depois.

Kawai afirmou que os resultados são «clinicamente relevantes», face ao número de pessoas afetadas por estas infeções virais crónicas.

Globalmente, registaram-se cerca de 1,3 milhões de novas infeções por VIH em 2024 e todos os anos são notificadas cerca de um milhão de novas infeções por hepatite C.

Estimativas publicadas em 2021 indicam que, na Europa, há aproximadamente seis a 10 novos casos de zona por ano por cada 1.000 pessoas.

Isto significa que «o risco acrescido associado a esse vírus se traduz num grande número de casos adicionais de doença cardiovascular à escala da população», disse Kawai.

As infeções virais ativam o sistema imunitário, levando-o a libertar moléculas que aumentam o fluxo sanguíneo para combater o vírus. Isso provoca inflamação (visível como vermelhidão, inchaço e calor) e coagulação do sangue.

Mas a inflamação e a coagulação podem também prejudicar o funcionamento do coração, o que pode ajudar a explicar porque os riscos de enfarte e AVC permanecem mais elevados após as infeções, referem os investigadores.

Salientaram que as evidências continuam pouco claras quanto a se outros vírus, incluindo dengue, HPV, citomegalovírus (que pode causar malformações congénitas) e herpes simplex tipo 1, que provoca herpes labial, aumentam os riscos para a saúde cardiovascular.

Há formas de reduzir estes riscos, e a vacinação contra a gripe, a COVID-19 e a zona mostra potencial, concluiu o estudo. Controlar a inflamação pode também ser essencial.

Numa revisão de 2022, por exemplo, quem recebeu a vacina da gripe teve um risco 34 por cento menor de morrer ou de ser internado por um problema cardiovascular, face a quem recebeu um placebo, ou uma injeção simulada.

Em geral, as vacinas podem ser particularmente benéficas para pessoas que já têm doença cardíaca ou outros fatores de risco, disse Kawai.

«Medidas preventivas contra infeções virais, incluindo a vacinação, podem desempenhar um papel importante na diminuição do risco de doença cardiovascular», disse Kawai.

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