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Europa introduz IA na saúde sem salvaguardas suficientes para os doentes, alerta OMS

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De Gabriela Galvin
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Têm estratégias nacionais para a inteligência artificial na saúde apenas quatro dos 50 países inquiridos

A inteligência artificial (IA) está a transformar o setor da saúde na Europa, prometendo melhores cuidados aos doentes e menos pressão sobre os profissionais de saúde, mas está a ser implementada sem salvaguardas adequadas para doentes ou profissionais de saúde, segundo um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A análise concluiu que a adoção, a regulação e o financiamento da IA na saúde variam consideravelmente entre 50 países que abrangem a Europa e a Ásia Central.

Metade dos países inquiridos introduziu chatbots de IA para doentes, enquanto 32 usam ferramentas de diagnóstico baseadas em IA, sobretudo na imagiologia e na deteção. Os países estão também a explorar a IA para triagem de doentes, patologia, saúde mental, análise de dados, tarefas administrativas e planeamento do pessoal.

Espanha, por exemplo, está a testar ferramentas de IA para reforçar a deteção precoce de doenças, a Finlândia usa IA para formar profissionais de saúde e a Estónia aplica-a à análise de dados, conclui o relatório.

Mas, embora 26 países tenham definido prioridades para a IA na saúde, apenas 14 alocaram financiamento a essas iniciativas. Só quatro países, Andorra, Finlândia, Eslováquia e Suécia, têm uma estratégia nacional específica para a IA na saúde.

Hans Kluge, diretor do escritório europeu da OMS, alertou que, sem "estratégias claras, proteção de dados, salvaguardas legais e investimento em literacia de IA", estas ferramentas podem agravar as desigualdades de saúde na Europa.

"A IA está prestes a revolucionar os cuidados de saúde, mas a sua promessa só será concretizada se as pessoas e os doentes permanecerem no centro de cada decisão", disse Kluge em comunicado.

Um desafio central: as ferramentas de IA assentam em conjuntos de dados massivos que podem ser defeituosos, enviesados ou incompletos, o que significa que as decisões que produzem podem refletir essas falhas e levar a erros médicos, como diagnósticos falhados ou tratamentos incorretos.

Países devem clarificar quem é responsável por erros deste tipo causados por IA, refere o relatório da OMS.

Recomenda que a Europa alinhe as estratégias de IA com objetivos de saúde pública, forme profissionais de saúde para usarem a IA de forma eficaz, reforce leis e orientações éticas sobre IA e mantenha transparência junto do público sobre a sua utilização na saúde.

A falta de normas claras pode já estar a tornar os profissionais de saúde relutantes em usar ferramentas de IA, disse David Novillo Ortiz, que trabalha em iniciativas de IA, dados e saúde digital no escritório europeu da OMS.

Os países europeus devem "garantir que os sistemas de IA são testados quanto à segurança, à equidade e à eficácia no mundo real antes de chegarem aos doentes", acrescentou.

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