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OMS diz que a infertilidade é um problema de saúde pública "negligenciado"

Casal vai ao médico.
Casal vai ao médico Direitos de autor  Canva
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De Gabriela Galvin
Publicado a Últimas notícias
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Estima-se que cerca de uma em cada seis pessoas sofra de infertilidade em algum momento das suas vidas.

A infertilidade é um desafio de saúde pública "negligenciado" e os países devem fazer mais para a prevenir, diagnosticar e tratar, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na sexta-feira.

Cerca de uma em cada seis pessoas no mundo enfrenta infertilidade em algum momento da vida. Esta é considerada uma doença reprodutiva que afeta homens e mulheres, e que pode ser identificada após um ano de relações sexuais regulares sem proteção que não resultem em gravidez.

Embora a procura de cuidados de fertilidade esteja a aumentar a nível mundial, a OMS disse que o acesso continua fortemente limitado. Em muitos países, as pessoas gastam quantias elevadas em exames e tratamentos, o que pode ser financeiramente "catastrófico", referiu a agência.

Em alguns países, uma única tentativa de fertilização in vitro (FIV) pode custar o dobro do rendimento anual médio de um agregado familiar, indicou.

A infertilidade pode também provocar problemas de saúde mental e estigma social que afetam de forma desproporcionada as mulheres, adiantou a agência.

"A infertilidade é um dos desafios de saúde pública mais negligenciados do nosso tempo e uma grande questão de equidade à escala global", declarou em comunicado o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Milhões de pessoas enfrentam este percurso sozinhas, excluídas do acesso aos cuidados, empurradqs para tratamentos mais baratos mas não comprovados, ou forçadas a escolher entre o desejo de ter filhos e a sua segurança financeira", acrescentou.

Nas suas primeiras orientações sobre o tema, a OMS apelou aos países para alargarem o acesso aos cuidados de fertilidade e para "promoverem o direito de cada pessoa e de cada casal a decidir" se querem ter filhos, quantos e quando.

As novas orientações referem que as autoridades de saúde e os médicos podem ajudar a prevenir a infertilidade, sensibilizando as pessoas para fatores que aumentam o risco, como fumar ou não tratar infeções sexualmente transmissíveis (IST).

Defendem também um diagnóstico célere para homens e mulheres e que quem lida com infertilidade tenha acesso a tratamentos, começando pelas opções mais baratas e eficazes, e a apoio em saúde mental.

As orientações chegam numa altura em que os doentes enfrentam barreiras no acesso a cuidados de fertilidade em todo o mundo. Na Europa, a Bélgica e os Países Baixos obtêm melhor pontuação em regulamentação legal, financiamento público e perspetivas dos doentes sobre os cuidados de infertilidade, segundo uma avaliação anual do grupo Fertility Europe e do Fórum Parlamentar Europeu para os Direitos Sexuais e Reprodutivos (EPF).

A Albânia, o Azerbaijão e o Kosovo registam os piores resultados entre 49 países europeus, concluiu o relatório no ano passado.

As novas orientações da OMS não são, porém, exaustivas. A organização prevê apresentar recomendações adicionais em futuras versões.

"Incentivamos mais países a adotarem estas orientações, dando a mais pessoas a possibilidade de aceder a cuidados acessíveis, respeitosos e baseados na ciência", disse Tedros.

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