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OMS alerta: mortes por malária subiram e corte nos fundos aumenta risco de regresso da doença

Profissional de saúde mostra um frasco da vacina contra a malária num centro de saúde em Yenagoa, na Nigéria, a 9 de dezembro de 2024
Profissional de saúde mostra frasco da vacina contra a malária num centro de saúde em Yenagoa, Nigéria, a 9 de dezembro de 2024 Direitos de autor  Sunday Alamba/AP Photo
Direitos de autor Sunday Alamba/AP Photo
De Gabriela Galvin
Publicado a Últimas notícias
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Doença transmitida por mosquitos figura entre os maiores desafios enfrentados pela saúde pública a nível mundial.

Os casos e mortes por malária aumentaram em todo o mundo no último ano, num contexto de cortes de financiamento e da "ameaça crescente" da resistência aos medicamentos, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) num novo relatório.

Estimaram-se 282 milhões de casos de malária e 610.000 mortes em 2024, mais cerca de nove milhões de casos e mais 12.000 mortes do que no ano anterior.

Onze países africanos representam cerca de dois terços dos casos e mortes por malária, e o progresso na redução da taxa de mortalidade "continua muito aquém", disse a OMS.

O aumento de casos em 2024 é "ainda mais preocupante, por não refletir ainda o impacto dos cortes de financiamento deste ano", disse Gareth Jenkins, diretor-executivo da organização sem fins lucrativos Malaria No More UK, em comunicado.

Países ricos, como os Estados Unidos, o Reino Unido, a Alemanha e a França, cortaram drasticamente o financiamento para programas de saúde globais, incluindo os destinados a combater a malária.

Os cortes na ajuda internacional aumentam, segundo a OMS, o risco de surtos e de um ressurgimento da malária, mas os níveis de financiamento já eram insuficientes.

Em 2024, o financiamento global para o controlo da malária foi estimado em 3,9 mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros), conclui o relatório. Está ligeiramente abaixo do ano anterior e muito aquém dos 9,3 mil milhões de dólares (8,1 mil milhões de euros) que as autoridades de saúde consideram necessários.

A malária é um dos maiores desafios de saúde pública do mundo. Transmite-se às pessoas através de mosquitos infetados com um parasita, o que a torna mais difícil de eliminar do que outras doenças que se propagam entre pessoas.

A malária também está a tornar-se mais difícil de combater à medida que o parasita que a transmite evolui, tornando menos eficazes os tratamentos e as medidas preventivas existentes, como mosquiteiros tratados com inseticida, advertiu a OMS.

Pelo menos oito países africanos relataram resistência parcial ao fármaco artemisinina, que, segundo a OMS, tem sido a "espinha dorsal" dos tratamentos contra a malária desde que o parasita aprendeu a escapar à cloroquina, um medicamento de primeira linha até ao início da década de 1980.

Jenkins apelou ao aumento do financiamento global para combater a malária, incluindo novos tratamentos, mosquiteiros de "próxima geração" e campanhas de vacinação.

"Precisamos que os líderes não só compreendam a dimensão de um possível ressurgimento da malária, como vejam o potencial da ciência da malária para ajudar os países a reagirem", disse Jenkins.

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