Numa segunda-feira de manhã, Connor está a escrever um e-mail a um cliente. Só que Connor não está sentado à secretária, mas num bar na montanha, com uma cerveja na mão, a olhar para as pistas de esqui cheias de neve.
Numa segunda-feira de manhã, Connor está a escrever um e-mail a um cliente. Só que Connor não está sentado à secretária, mas num bar na montanha, com uma cerveja na mão, a olhar para as pistas de esqui cheias de neve.
Ao contrário do que possa parecer, Connor não é um nómada digital ou um trabalhador remoto. Na verdade, é um funcionário cujo chefe não faz ideia de que ele está ali.
Connor está a fazer aquilo que se chamou uma "hush trip" ou "viagem silenciosa" - uma viagem secreta em dias de trabalho não autorizada pelos empregadores.
A prática está a ganhar popularidade entre funcionários com contratos inflexíveis que descobrem a atração de trabalhar em ambientes mais exóticos.
Contamos-lhe a história de um consultor que faz isto há anos.
O que são "viagens silenciosas" e por que são tão atraentes?
Connor faz viagens para o estrangeiro durante os seus períodos de trabalho, sem que o seu chefe saiba, há cinco anos, ou seja, começou ainda antes da pandemia. Mas as políticas de trabalho remoto impostas durante o confinamento foram uma benção para si.
Como funcionário de uma empresa de consultoria em Londres, não pode tirar proveito de vistos de nómada digital ou esquemas de trabalho no estrangeiro.
E devido a questões fiscais, não pode trabalhar legalmente mais do que um determinado número de dias noutro país.
Como Connor trabalha apenas dois dias por semana no escritório - geralmente quarta e quinta-feira - criou maneiras de aproveitar o máximo de dias de férias possível.
“Viajo para algum lugar na quinta-feira à noite e trabalho remotamente na sexta-feira”, conta, acrescentando: “Assim que chega às 17h, saio direto para jantar ou para um bar”.
É também uma solução potencial para trabalhadores com contratos pouco generosos em relação aos dias de férias.
Como é fazer uma "viagem silenciosa"?
É difícil imaginar que os trabalhadores sejam muito produtivos numa viagem silenciosa, mas Connor compara isso a uma semana de quatro dias.
“Se definirmos um tempo limitado para fazer o nosso trabalho e eliminar as distrações que possamos ter no escritório, geralmente ficamos mais motivado para fazer as coisas.”
Este consultor passou fins-de-semana passeando em Amesterdão, relaxando nas praias ou esquiando nas Dolomitas.
Embora possam parecer idílicas, estas "viagens silenciosas" não são isentas de stress e requerem alguma "ginástica".
“Tento concentrar as minhas reuniões num bloco sólido para ter mais flexibilidade para fazer outras atividades”, diz Connor.
Outro problema é quando surge uma chamada inesperada. “Tive que silenciar microfones para cortar anúncios de comboios e uma vez tive que sair a correr da praia para participar numa reunião”, relembra.
O que deve saber se quiser fazer uma viagem silenciosa?
Existem alguns desafios logísticos a serem resolvidos antes de tentar fazer uma viagem silenciosa.
Para disfarçar a sua localização, Connor recomenda comprar uma VPN (rede privada virtual, que oculta o endereço IP do utilizador) para parecer que está a trabalhar de casa.