Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Azerbaijão: o mosaico cultural do Cáucaso

Azerbaijão: o mosaico cultural do Cáucaso
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
PUBLICIDADE

Dizer que a região do Cáucaso é um mosaico é relativamente fácil de justificar: mais de 50 grupos étnicos, cerca de 40 línguas diferentes, cristãos ortodoxos de várias igrejas lado a lado com judeus, muçulmanos xiitas e sunitas. Nem sempre a convivência foi pacífica.

O Azerbaijão situa-se entre a Rússia, a Turquia, a Geórgia, a Arménia e o Irão. Um local ideal, portanto, para acolher o Fórum Mundial do Diálogo Intercultural, que se realizou em Baku, sob os auspícios da UNESCO e da Aliança das Civilizações da ONU. Um dos participantes, Alistair Macdonald-Radcliff, um padre anglicano, declara o seguinte: “quando olhamos para o fenómeno da globalização, a tensão é evidente. A homogeneização da cultura global é um desafio que muitas comunidades locais consideram uma ameaça às suas identidades. É aí que reside muita dessa tensão. É preciso perceber como preservar a autenticidade e a identidade local num contexto mais alargado.”

Algumas comunidades caucasianas conseguiram manter essa autenticidade. A aldeia de Khinalug situa-se no norte do Azerbaijão. É considerada a mais antiga povoação de montanha da Europa. Os habitantes pertencem à minoria Kettidt, falam Kettish e algumas palavras de azeri. As cerca de 2300 pessoas que vivem aqui são sunitas, num país maioritariamente xiita. Um dos habitantes afirma que “é muito importante preservar a história, a cultura e a língua desta etnia em particular. Os nossos antepassados instalaram-se aqui há 6 mil anos. Temos a obrigação de defender esta língua e esta cultura, que também faz parte da cultura nacional. É importante mostrar ao mundo que aqui ainda vivem pequenas comunidades.”

Khinalug localiza-se na região de Quba que é cada vez mais procurada por turistas adeptos do trekking, os percursos pedestres. O aluguer de quartos tornou-se numa fonte de rendimento comum para os habitantes locais.

O bairro de Qirmisi Qasaba, na cidade de Quba, é a antiga judiaria local. Os que aqui residem são conhecidos como os “judeus da montanha”. A língua que falam, juhury, é uma mistura de hebreu, persa e turco. Reza a história que esta comunidade foi obrigada a sair da Babilónia pelos persas, depois de ter sido forçada a abandonar a antiga Palestina. Instalaram-se nestas montanhas 500 anos antes de Cristo. A coabitação tranquila com os muçulmanos relembra-nos a distância que nos separa do Médio Oriente.

Haci Naib, o imã da mesquita local, recebe regularmente o líder dos “judeus da montanha”, Boris Simanduev. A tolerância permite a coabitação. Mas poucos se misturam, como aponta Simanduev: “há muito poucos casamentos entre os muçulmanos e os judeus de Quba. É uma percentagem muito pequena, mas há casamentos mistos.”

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Astana recebe 8.º Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais com apelos à paz e ao diálogo

A Esports World Cup de Riade com prémio recorde de 70 milhões de dólares

Constituição cazaque celebra 30 anos de reformas de direitos, governação e participação cívica