TPC: escrever três vezes que as meninas também vão à escola

TPC: escrever três vezes que as meninas também vão à escola
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

Nargis: “Quando os Taliban vieram, chegaram os aviões de guerra, quando as bombas começaram, os Taliban foram embora.”

“Quando a guerra começou, começamos a rezar e quando as bombas vieram começámos a chorar. As casas foram destruídas”.

Jahanzada, pai de Nargis: “Quando o exército começou a ofensiva contra os Taliban, a situação piorou. A nossa loja foi arrasada foi tudo destruído.”

Nargis:“Os taliban eram contra a educação das raparigas e quando as meninas tentaram ir à escola começaram a disparar para o ar. É por isso que não fui para a escola”.

Jahanzada, pai de Nargis: “Eles nunca dispararam, nunca impediram as as raparigas de ir à escola”.

Nargis: “Não sei porque é que os Taliban eram contra a educação das raparigas”.

Jahanzada, pai de Nargis: “Eles não querem travar o ensino, só queriam que as meninas e as professoras usassem a burca”.

Sania Gul, Professora: “Os pais foram ameaçados pelos Taliban. Não mandavam as meninas à escola porque caso contrário, seria um problema para eles.”

Monica Pinna, euronews: Entre 2008 e 2010, mais de quatro milhões de pessoas fugiram das áreas tribais no noroeste do Paquistão devido aos conflitos internos e à guerra contra o terrorismo. Algumas pessoas deslocadas vieram para o acampamento de Jalozai, perto de Peshawar. Aqui, milhares de meninas começaram a ir à escola, pela primeira vez”.

Nargis e a família vêm de Bajaur. É uma das zonas Tribais Administradas pela Federação do Paquistão, ou FATA. Bajaur é controlada pelos taliban e dizem ser o principal posto de controle da Al-Qaeda, no Nordeste do Afeganistão. As FATA estão entre as regiões mais conservadoras do país, onde grupos radicais ameaçaram e mataram líderes femininas, para desencorajar qualquer reclamação pelos direitos e pela igualdade. A taxa de alfabetização das meninas é pouco mais de 5%, em comparação com os 34% dos rapazes.

(function(d, s, id) { var js, fjs = d.getElementsByTagName(s)0; if (d.getElementById(id)) return; js = d.createElement(s); js.id = id; js.src = “//connect.facebook.net/en_GB/all.js#xfbml=1”; fjs.parentNode.insertBefore(js, fjs); }(document, ‘script’, ‘facebook-jssdk’));Post by Backpack Reports.

Deeba Shabnam: “Estávamos a ter muitos problemas, especialmente com as meninas porque na opinião dos pais o ensino não é muito importante para as raparigas, porque os casamentos precoces são muito comuns. As crianças casam-se ​​desde os 9, 10 ou 12 anos e o ensino não tem importância.”

Nargis frequenta uma das 33 escolas de Jalozai, com mais 9 mil crianças. Existem cerca de 13 mil crianças no acampamento. A surpresa é que quase metade das secretárias estão ocupadas por meninas. Um resultado alcançado pela UNICEF através de fóruns na comunidade, com o objetivo de consciencializar as pessoas para a educação. O projeto recebeu o apoio financeiro do Prémio Nobel da Paz da União Europeia.

Sania Gul, professora: “Eu não tenho os meus pais, sou órfã e tenho um irmão que estuda no terceiro ano. Estou a apoiá-lo e à minha família também, por isso é muito importante irem à escola, para que possam ajudar as famílias” .

Nargis: “Para nós é altura de aprender. O ensino tem de estar disponível para todas as meninas, para que se possam tornar professoras e médicas. O meu sonho é ser professor.”

Deeba Shabnam: “Estão expostos a um novo ambiente, onde têm oportunidade de escolarização e recebem educação para a saúde também. Enquanto vivem neste campo devem saber a importância da educação e devem estar cientes que quando sairem devem lutar pela educação das crianças e enviar os filhos para a escola”.

O pai de Nargis insiste que não deixaram a aldeia natal para sempre. Estão a fazer tudo o que podem para voltar, assim como outras famílias conseguiram. O sonho de Nargis de se tornar professora, pode ser o despoletar de uma nova consciência, em regiões desesperadas pela paz.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Regresso forçado de milhares de afegãos satura fronteira com o Paquistão

Mais de 165 mil afegãos obrigados a abandonar o Paquistão

Oitenta anos depois, a França assinala o direito de voto das mulheres