Ellen MacArthur: Cruzar ondas

Ellen MacArthur: Cruzar ondas
De  Euronews
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Ellen MacArthur

  • Ellen MacArthur, da Grã-Bretanha, ficou mundialmente conhecida, aos 24 anos, depois de ter circum-navegado o globo sozinha, na corrida Vendée Globe, em 2001. Conseguiu o segundo lugar do pódio.
  • Três anos depois voltou a partir, mais uma vez sozinha. Bateu o recorde mundial, tornando-se na pessoa mais rápida a fazer a circum-navegação.
  • Em 2005, Isabel II conferiu-lhe o título de Dama da Corte e recebeu a Legião de Honra das mãos do presidente francês, Nicolas Sarkozy.
  • “Ellen MacArthur Foundation”, que tem como principal objetivo acelerar a transição de uma economia linear para uma economia circular.

Ellen MacArthur é uma lenda viva do mundo da vela. Foi a pessoa mais rápida a circum-navegar o globo, sozinha. Chocou o mundo da vela ao anunciar a reforma, depois de quebrar esse recorde mundial. O tempo que passou no mar levou-a em uma nova e inesperada viagem.

“Sem que procurasse isso, pensei que era fundamental. Quando se navega pelo mundo, leva-se tudo o que se precisa no barco. Se vai para o mar, por 3 meses, (…) percebemos o real significado de finito pois aquilo que se tem no barco, é tudo o que se tem e não existe mais nada. Quando saí do barco, na meta, percebi que a nossa economia não era muito diferente. A nossa economia global está, totalmente, dependente de recursos finitos.”

Em 2010 Ellen MacArthur criou a “Ellen MacArthur Foundation” http://www.ellenmacarthurfoundation.org/. O objetivo é acelerar a transição do modelo económico atual linear para uma economia circular regeneradora. Em “Global Conversation” explica que a economia circular é muito mais do que uma mudança de estilo de vida. Trata-se de uma grande mudança de nível de sistemas:

“A economia circular relaciona-se mais com uma mudança no sistema do que com uma mudança individual de comportamento. A economia circular é sobre olhar para o nosso atual modelo económico como sendo linear. Por exemplo, apanhamos algo do chão e fazemos alguma coisa com isso, mas no fim deitamos isso fora e tiramos o que podemos disso, reciclamos o que podemos. Com a economia circular projetamos, logo no início, a desmontagem, o reaproveitamento. Projeta-se como é que um produto pode incluir-se num fluxo”, informa MacArthur.

A ideia está a ganhar adeptos. A Fundação conta, já, com parceiros globais como a Renault, Cisco, Kingfisher, Unilever e Philips. Ellen MacArthur tem reunido com a Comissão Europeia para discutir propostas de legislação centrada na economia circular.

O trabalho da Fundação tem por base três áreas: negócios, comunicação e educação. Como tal Ellen MacArthur não só trabalha em estreita colaboração com as empresas mas, também, com universidades e escolas de todo o mundo, para inspirar as próximas gerações.

“Os jovens adoram! Temos trabalhado em educação, aqui no Reino Unido. Agora trabalhamos globalmente, como se tivéssemos construído isso desde o início da fundação. Tivemos histórias maravilhosas… Houve um aluno, britânico, de 18 anos que estava a estudar, com o professor de “design” e tecnologia, a economia circular e vieram trabalhar na fundação. Disse que aos 16 anos ele adorava a disciplina mas não conseguia pensar em nada que gostasse de projetar, depois já dizia que gostaria de refazer tudo o que via. Ele descobriu um mundo de oportunidades e continuamos a ver isso, várias vezes”, assegura MacArthur.

Dada a determinação de Ellen MacArthur, este não é um desafio que deixe ficar em terra. A velejadora acredita que a maré está a favor e a mudança de nível de sistema está ao alcance de todos.

“Desistir nunca foi uma opção para mim. Não quando existe algo tão importante” exclama Ellen MacArthur.

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