Um relatório divulgado terça-feira pelo Senado norte-americano sublinha que as técnicas de interrogatório usadas pela CIA em suspeitos de terrorismo
Um relatório divulgado terça-feira pelo Senado norte-americano sublinha que as técnicas de interrogatório usadas pela CIA em suspeitos de terrorismo após os atentados de 11 de setembro foram mais brutais do que alguma vez admitiu aquela agência.
O documento, da responsabilidade da Comissão sobre Serviços de Informação do Senado, denuncia a detenção secreta de uma centena de homens suspeitos de terem ligações com a Al-Qaida, no âmbito de um programa secreto autorizado pelo então presidente George W. Bush.
“Nunca há uma altura ideal para revelar relatórios como este, mas creio que foi importante para nós constatar que o que nos distingue dos outros, é reconhecermos quando fazemos algo de errado”, disse o presidente Barack Obama.
Foi a presidente da comissão, a senadora democrata Dianne Feinstein, que fez a apresentação do resumo do relatório desclassificado de 525 páginas:
“Temos uma boa ideia do que aconteceu. Sabemos onde estavam os problemas, onde estavam alguns dos erros cometidos e queremos que isto nunca mais se repita. Por isso, que fique claro: nunca mais!”
Em 20 conclusões implacáveis para a CIA, o resumo acusa ainda a agência de ter submetido 39 detidos a métodos considerados como brutais durante vários anos.
“É contrária aos nossos valores, ideais e princípios a prática de todas estas ações. Em segundo lugar, acho que não nos proporcionou informações úteis. É o que testemunha o relatório”, disse o senador Angus King.
O correspondente da Euronews em Washington esteve no Senado:
“O FBI avisou que o relatório pode levar a ameaças terroristas contra interesses americanos em todo o mundo. Isso é exatamente o que a Comissão do Senado quer evitar, dizendo a verdade”, concluiu Stefan Grobe.