O desenhador iraniano Kianoush Ramezani, exilado há cinco anos em Paris, tinha encontrado um refúgio junto dos jornalistas do semanário satírico
O desenhador iraniano Kianoush Ramezani, exilado há cinco anos em Paris, tinha encontrado um refúgio junto dos jornalistas do semanário satírico Charlie Hebdo. Entrevistado esta quinta-feira, o desenhador afirma ter avisado o diretor do jornal para o risco que corria depois de ter surgido na lista de alvos a abater do grupo terrorista Al-Qaida.
“Eu disse-lhe Charb, tu sabes que estás em perigo? Tem cuidado – por aquilo que conheço dos grupos fundamentalistas, sei que eles nunca esquecem. Tem cuidado, disse-lhe. Mas ele tentou sossegar-me, “não te preocupes, não vai passar nada, estamos em França”.
“A liberdade de expressão é um património a proteger. Será que devemos proteger o Charlie Hebdo ou todos os jornais como protegemos o parlamento? Eu penso que sim, e a partir de hoje. Pode ser caro, mas é o preço a pagar”.
Como centenas de desenhadores nos últimos dias, Ramezani prefere exprimir o que sente com um cartoon. Um lápiz de desenhador do qual saiem outros lápis, como o símbolo de que a luta prossegue quando o Charlie Hebdo deverá regressar na próxima semana às bancas com um jornal escrito pelos sobreviventes do ataque de quarta-feira.