Depois de um controlo da polícia durante a noite, o diário turco Cumhuriyet, inimigo jurado do presidente Recep Tayyip Erdogan, distribuiu na sua
Depois de um controlo da polícia durante a noite, o diário turco Cumhuriyet, inimigo jurado do presidente Recep Tayyip Erdogan, distribuiu na sua edição desta quarta-feira um encarte de quatro páginas em turco com o essencial do último número do Charlie Hebdo, incluindo a primeira página.
“Há uma imagem do Islão que o Cumhuriyet tenta alterar. Ou seja, para algumas pessoas este é um motivo suficiente para matar. Com esta publicação negamos essa forma de pensar”, disse Mustafa Kemal Erdemol, editor.
O jornal turco enfrentou sozinho as pressões e ameaças, já que foi, até agora, o único órgão da imprensa a ousar publicar caricaturas do Profeta num país muçulmano.
“Estou num dilema. Sob o ponto de vista da Iiberdade de imprensa, deve ser publicado. Mas, pelo respeito às diferentes crenças, não é aceite fazer um desenho de Maomé. Acho que isso devia ser respeitado pelos ocidentais”, afirmou um habitante de Istambul.
“Devido à liberdade de pensamento todos devem poder escrever o que intenderem. A liberdade depende dos direitos das minorias. Todos são livres desde que haja liberdade para as minorias. A liberdade pode ser avaliada pela liberdade dos que são diferentes”, sublinhou outro.
“Eu condeno este ato. Estamos num país muçulmano e este tipo de ações não é bom. Nas comunidades islâmicas é condenável caricaturar o nosso querido profeta”, disse outro.
Fundado em 1924 por um próximo do pai da Turquia moderna e laica, Mustafa Kemal Ataturk, o Cumhuriyet tendo sido alvo de vários processos e atentados nos últimos anos.