Os separatistas ucranianos denunciam o incumprimento dos acordos de Minsk, depois do parlamento de Kiev ter finalmente aprovado um “estatuto
Os separatistas ucranianos denunciam o incumprimento dos acordos de Minsk, depois do parlamento de Kiev ter finalmente aprovado um “estatuto especial” para as regiões do leste do país.
O documento, aprovado pela maioria dos deputados, prevê mais autonomia para as zonas pró-russas, mas condiciona a decisão à convocação de novas eleições em Donetsk e Lugansk, uma situação que não estava prevista nos acordos de cessar-fogo assinados em fevereiro.
A deputada da oposição Yulia Timoshenko denunciou o resultado do voto, por outras razões: “Esta medida vai permitir a eleição de pessoas com as mãos manchadas de sangue. E ninguém tem dúvidas que estas eleições vão ser fraudulentas e que aqueles que mataram ucranianos e mutilaram o nosso estado vão acabar eleitos”.
A medida prevê a retoma do financiamento de Kiev aos territórios, suspenso desde 2014, a criação de um exército local e um estatuto mais favorável para a língua russa.
Para o deputado do partido do governo, Serhiy Pashinskiy, “a decisão é o resultado da vontade do presidente ucraniano que assinou os acordos de Minsk e respeita agora as cláusulas do documento. Mostramos assim ao mundo e aos nossos agressores que estamos abertos a uma solução pacífica para este problema. As eleições vão decorrer em breve, uma vez que as autoridades legítimas ucranianas estão a regressar aos territórios”.
Os deputados aprovaram também um pedido para que Estados Unidos e União Europeia enviem uma força de paz para o país.
O voto no parlamento ocorre num clima ainda de tensão, quando os confrontos no leste do país provocaram três mortos e cinco feridos, nas fileiras do exército ucraniano, nas últimas 24 horas.