Brasil: Procuradoria quer penas de prisão até 25 anos para corrupção

Brasil: Procuradoria quer penas de prisão até 25 anos para corrupção
De  Francisco Marques

Ministério Público Federal elaborou proposta de 10 medidas anticorrupção que deverá ser apresentada na prõxima semana ao Congresso Nacional

A Procuradoria-Geral do Brasil pretende agravar a luta contra a corrupção e a impunidade no país. Para isso, o Ministério Público elaborou 10 novas medidas e apresentou-as esta sexta-feira. Entre elas está, por exemplo, o agravamento da pena máxima de 12 para 25 anos de prisão para os crimes de corrupção que somas de dinheiro acima dos 80.000 reais (quase 23 mil euros).

Também a redução do tempo dos processos entre a primeira e última instância está sobre a mesa. Casos de “colarinho branco” demoram, por vezes, mais de 10 anos a ser julgados no Brasil. A Procuradoria pretende reduzir esse prazo para um máximo de quatro anos.

Na base destas propostas estará a investigação na chamada Operação Lava-Jato, que desvendou, entre outros casos, uma alegada fraude na petrolífera pública brasileira, a Petrobras, onde terão ocorrido desvios de 4 mil milhões de reais (mais de mil milhões de euos).

As novas medidas deverão ser apresentadas no Congresso Nacional na próxima semana.

Empresas denunciam Petrobras e mais 23

Duas empresas brasileiras, a Setal Engenharia e Construções e a SOG Óleo e Gás, assinaram esta sexta-feira o acordo de leniência proposto pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Económica do Brasil), o qual foi implementado há cerca de 15 anos e garante imunidade a um “participante de cartel ou de outra prática anticoncorrencial coletiva” que “denuncie a prática às autoridades antitruste e coopere com as investigações.”

SAIBAMAIS: Programa de Leniência do CADE

Através deste acordo as duas empresas denunciaram 23 empreiteiras de participar num cartel para dividir contratos com a Petrobras. Os contactos para a formação do cartel terão começado na década de 90, tornando-se frequentes e estáveis a partir de 2003 e 2004, prolongando-se pelo menos até 2012.

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