A justiça iraniana começou a julgar esta terça-feira o jornalista do Washington Post, Jason Rezaian, detido em julho passado na sua casa em Teerão
A justiça iraniana começou a julgar esta terça-feira o jornalista do Washington Post, Jason Rezaian, detido em julho passado na sua casa em Teerão, em circunstâncias ainda pouco claras.
Segundo as agências noticiosas iranianas, Rezaian, que tem a dupla nacionalidade, iraniana e norte-americana, será acusado de espionagem por ter recolhido informação confidencial e de ter partilhado a mesma informação com “um governo inimigo”, neste caso a administração Obama.
Para Ali Rezaian, o irmão do jornalista detido:
“Este processo à porta fechada mostra a forma como os iranianos estão assustados em mostrar a falta de provas contra o meu irmão. E isto dura há 10 meses. É estranho que a justiça iraniana, que o governo iraniano, mantenha as coisas secretas quando habitualmente utiliza a propaganda para atacar pessoas”.
O processo, à porta fechada, ocorre depois do presidente norte-americano Barack Obama e de vários grupos de defesa dos direitos humanos terem apelado à libertação imediata do jornalista.
Teerão afirma, por seu lado que se trata de um tema interno, uma vez que não reconhece a dupla nacionalidade ao correspondente do Washington Post em Teerão.
Para o editor de Internacional do Washington Post, Douglas Jehl:
“Esperemos que qualquer tribunal que se debruçe sobre estas acusações e que as analise de forma justa possa imediatamente ilibar Jason, assim como a sua mulher e que os libertem imediatamente. Mas o processo foi tão opaco e tratado de forma tão injusta que é difícil não estarmos apreensivos quanto ao resultado final”.
O processo coincide com as discussões sobre o programa nuclear iraniano, quando as divergências entre Washington e Teerão sobre o tema terão que ser ultrapassadas até à data limite de um acordo, fixado para o dia 30 de junho.