"O exército da Tunísia está preparado para cumprir o seu dever"

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Naquela que foi a primeira visita oficial de Habib Essid a Bruxelas, o primeiro-ministro da Tunísia abordou o contexto político e económico do seu

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Naquela que foi a primeira visita oficial de Habib Essid a Bruxelas, o primeiro-ministro da Tunísia abordou o contexto político e económico do seu país, mas também a questão prioritária da segurança, tendo apelado aos responsáveis europeus que o ajudem a combater o terrorismo.

Charles Salamé, euronews: Qual é o balanço desta sua visita a Bruxelas?

Habib Essid: Conseguimos chegar a acordo sobre o aumento do limite máximo dos créditos que a União Europeia atribuiu à Tunísia. Sublinhámos também a necessidade de aplicar o mais rapidamente possível os compromissos estabelecidos com o bloco europeu, nomeadamente no que diz respeito aos vários programas de apoio que já foram aprovados.

euronews: Estamos a falar de que valores?

HE: Há trezentos milhões de euros em créditos destinados a reforçar o orçamento nacional tunisino. Por outro lado, há cerca de cem milhões que serão aplicados na extensão dos serviços de saneamento, assim como noutros projetos de desenvolvimento social.

euronews: É suficiente?

HE: Não, não é. Pedimos muito mais do que aquilo que nos concederam.

euronews: Qual é exatamente o montante de que a Tunísia necessita para reequilibrar a sua economia? Bruxelas pode ou não fornecer esse montante?

HE: A resposta à sua pergunta é que o governo da Tunísia está a preparar o plano financeiro estratégico para os próximos cinco anos. Os números não vão ser transmitidos aos media porque ainda estamos a avaliar quais são os custos reais que correspondem às necessidades do país, no quadro do programa de apoio que se estende até 2020.

euronews: Passemos à questão do terrorismo…

HE: O governo tomou a iniciativa de implementar um plano contra o terrorismo. Há várias operações que foram bem sucedidas. Mas o mais importante na luta contra o terrorismo é o mecanismo de cooperação que existe entre o Estado tunisino e os países vizinhos, assim como os países da União Europeia, com os quais a colaboração nesta matéria tem sido muito estreita.

euronews: No âmbito da cooperação com os países vizinhos, considera que as forças de segurança tunisinas estão suficientemente equipadas para lutar contra o terrorismo?

HE: O exército nacional e as forças da ordem necessitam de mais material militar. É uma questão que temos abordado nas negociações que temos tido com a União Europeia. Para que a cooperação avance, é essencial que o nosso exército tenha equipamento.

euronews: Até que ponto podem os tunisinos sentir-se em segurança, quando se sabe que falta equipamento militar ao exército?

HE: A luta contra o terrorismo é uma prioridade do governo. É uma prioridade absoluta manter a segurança na fronteira com a Líbia, onde foram implementadas todas as medidas possíveis. Também aplicámos um vasto programa de proteção dos pontos turísticos do país, para evitar possíveis ataques. Esse programa estende-se a toda a Tunísia.

euronews: Falou da questão da fronteira líbia… O exército tunisino está preparado para a eventualidade de um confronto com terroristas, do Estado Islâmico por exemplo?

HE: A missão principal do exército tunisino é a de proteger o país contra qualquer invasão do exterior, seja ou não terrorista. O exército está preparado para cumprir o seu dever. Desde que chegou ao poder, o governo considera que esta é uma prioridade absoluta e, por isso, foram implementados mecanismos de controlo contra os terroristas que tentam atravessar as fronteiras e proceder ao tráfico de armas. As nossas fronteiras estão bem protegidas. É uma medida prioritária, sobretudo desde o passado mês de fevereiro.

euronews: A visita do presidente tunisino aos Estados Unidos teve a ver com essa questão…

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HE: A visita teve vários aspetos. Um deles era a consolidação das capacidades das nossas forças da ordem. Outro, era debater com os responsáveis americanos formas de reforçar a cooperação económica entre os dois países, uma iniciativa que terá um impacto positivo sobretudo na criação de emprego.

euronews: Sente que a Europa e os Estados Unidos estão a competir pela Tunísia?

HE: Em traços gerais, Bruxelas apoia a nossa política nacional, e os Estados Unidos, o nosso exército. Há um equilíbrio.

euronews: O tráfico de imigrantes ilegais passa também pelos portos da Tunísia?

HE: Há casos muito raros, normalmente não acontece. Em 2011, concluímos um acordo com as autoridades italianas para que estas reenviem para o nosso país as pessoas que alcancem o seu território de forma ilegal através das nossas vias marítimas. Todos os cidadãos tunisinos que cheguem ilegalmente a Itália são repatriados para a Tunísia.

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euronews: Quer deixar alguma mensagem à Europa?

HE: Aquilo que tenho a dizer aos europeus é que o problema do terrorismo, que preocupa toda a gente, não pode ser resolvido a não ser através da cooperação internacional. No que diz respeito à imigração ilegal, nós consideramos que este é um problema que tem de ser gerido nos países de onde esses imigrantes vêm. Nalguns desses países reina a miséria ou existem regimes que obrigam os cidadãos a fugir… A solução para o problema da imigração reside nesses países.

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