As sete horas de reunião dos líderes europeus em Bruxelas, terminaram de madrugada, esta sexta-feira, sem um acordo sobre a Grécia e com um
As sete horas de reunião dos líderes europeus em Bruxelas, terminaram de madrugada, esta sexta-feira, sem um acordo sobre a Grécia e com um entendimento de princípio sobre o acolhimento dos migrantes e refugiados que afluem à Europa.
Os responsáveis dos 28 acordaram distribuir entre os vários estados-membros cerca de 60 mil migrantes (40 mil atualmente acolhidos pela Itália e Grécia + 20 mil no exterior do espaço da União) nos próximos dois anos.
Um acolhimento “voluntário” por parte de cada país, que não toma em conta a proposta de Itália e Grécia de fixar quotas obrigatórias. Bulgária e Hungria ficam fora da medida, por questões económicas mas também políticas.
As discussões que se arrastaram durante a noite foram marcadas pela alegada irritação do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, face à falta de consenso para adotar quotas obrigatórias para o acolhimento de imigrantes.
O debate sobre os refugiados decorreu de forma tão ou mais intensa do que as discussões sobre a dívida grega, quando as expetativas de um acordo com Atenas foram novamente adiadas, desta feita para a reunião dos ministros das Finanças da zona euro no sábado.
Uma reunião “decisiva” para a Chanceler alemã, Angela Merkel, que recordou, “o tempo urge e uma decisão tem que ser tomada até amanhã”.
A reunião serviu ainda para que o primeiro-ministro britânico David Cameron, lançasse oficialmente o debate sobre as reformas que Londres exige à UE antes do referendo previsto para daqui a dois anos.
Segundo fontes europeias, Cameron teria apresentado as suas propostas durante apenas 10 minutos, num “intervalo” do debate sobre a imigração e num momento em que as divisões sobre o tema teriam igualmente inflamado a discussão entre o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
Ao final de uma reunião repleta de dossiês “quentes” e discussões acesas, Angela Merkel citava a questão dos refugiados, como, “o maior desafio enfrentado pela União Europeia, desde que assumi o cargo de Chanceler”.