Egito conta com maná do Suez para superar perdas no turismo

Egito conta com maná do Suez para superar perdas no turismo
De  Maria Joao Carvalho

O Canal do Suez tem, a partir de hoje, 72 quilómetros totalmente renovados, uma obra realizada no prazo recorde de 12 meses e que custou 8,5 mil

O Canal do Suez tem, a partir de hoje, 72 quilómetros totalmente renovados, uma obra realizada no prazo recorde de 12 meses e que custou 8,5 mil milhões de dólares. Resulta de um esforço colossal do Egito para incrementar a economia e resolver problemas de segurança.

O projeto, em estudo há várias décadas, prevê ainda a construção de um aeroporto, quatro portos e um centro logístico no qual a China e a Rússia já demonstraram interesse.

A queda de Hosni Mubarak, em 2011, mergulhou o Egito numa grave crise política e económica.

O projeto, “em estudo há várias décadas”, prevê ainda a construção de “um aeroporto, quatro portos e um centro logístico” no qual a China e a Rússia já demonstraram interesse.

O alargamento do Canal do Suez implicou a a construção de uma nova via navegável, com 35 quilómetros de extensão, e o alargamento e aprofundamento de 37 quilómetros do canal original. Os barcos podem agora viajar nas duas direcções ao longo de todo o canal, numa viagem de onze horas, menos sete horas que até agora.

As autoridades egípcias transmitem a mensagem de que, apesar da agitação dos últimos anos, o país está a planear o futuro.

Zaki Ibrahim, militar na reserva:

- Foi cumprido um dever nacional. Todos quiseram investir. Era o momento exato para o fazer. Um projeto como este tinha de ser realizado com o nosso dinheiro, não com o dinheiro de terceiros ou do Banco Mundial.

O Canal do Suez, construído em 1869, veio encurtar as distâncias entre a Europa e a Ásia.

A via, que liga o Mediterrâneo ao Mar Vermelho, elimina a necessidade de contornar o continente africano.

Em 1956, o presidente Gamal Abdel Nasser, nacionalizou o canal, até então gerido pelo Reino Unido e pela França.

O braço de ferro desencadeou a Crise do Suez, marcada pela invasão de uma parte do Egito pelas forças militares britânicas e israelitas.

Depois da nacionalização, a via navegável de 192 km tornou-se no pulmão económico do Egito.

O Cairo espera que a circulação, nos dois sentidos, se reduza de 22 para 11 horas e calcula um rendimento de mais de 5 milhões de dólares…e, até 2023, receitas no valor de 13,2 milhões de dólares.

Até essa data, o tráfego diário deve chegar aos 93 navios; atualmente utilizam a via fluvial 49 barcos por dia.

A estagnação do setor marítimo, desde 2008, pode limitar estas ambições, mas, na verdade, o Egito só tem esta via para substituir o maná do Turismo

Notícias relacionadas