Entre esperanças e críticas, os cubanos estão de olhos postos no Santo Padre
Cuba está a engalanar-se para receber, este fim de semana, o papa Francisco. Trata-se de uma visita plena de simbolismo, tendo em conta o papel diplomático desempenhado pelo Vaticano na reconciliação entre a ilha e os Estados Unidos.
Os cubanos esperam que a visita do sumo pontífice marque o fim completo do embargo norte-americano, que se suaviza pouco a pouco.
“O papa acompanhou este processo e penso que, quando estiver aqui, vai pressionar para que Cuba se abra ao mundo, e para que o mundo se abra a Cuba, como disse João Paulo II”, recorda Juan Miguel Arregui. O jesuíta continua: “Espero que este seja o momento em que se realizem as esperanças que as pessoas têm.”
Mas a visita do Santo Padre tem também a sua quota-parte de críticas – não ao papa, mas ao governo.
“Vivemos sob um governo, um Estado policial. Os Estados policiais são extremamente paranoicos e não descartamos a hipótese de que haja detenções – preventivas ou mesmo durante as atividades do papa”, avisa Elizardo Sanchez, presidente da Comissão Cubana dos Direitos Humanos e da Reconciliação Nacional.
A organização vai mesmo mais longe e acusa o governo de estar a levar a cabo uma “limpeza social”, com o internamento de mendigos e sem abrigo.
O papa Francisco é o terceiro sumo pontífice a visitar Cuba, onde fica quatro dias, antes de rumar aos Estados Unidos.
Antes da viagem, o Santo Padre pediu aos fiéis, no Twitter, que rezassem por si.
I ask you to join me in praying for my trip to Cuba and the United States. I need your prayers.
— Pope Francis (@Pontifex) 18 Septembre 2015
E gravou igualmente uma mensagem, em vídeo, dirigida ao povo de Cuba, na qual se coloca no papel de “missionário da misericórdia”.