O "detalhe" Bashar el-Assad é o principal pomo da discórdia entre a Rússia e os EUA sobre a Síria.
Mesmo com visões diferentes sobre o problema da Síria, os Estados Unidos e a Rússia mostraram-se disponíveis para trabalhar juntos, numa altura em que os aviões russos já bombardeiam várias posições no país, sendo que a natureza destes ataques russos ainda é pouco clara.
Concordámos que os militares (russos e norte-americanos) devem entrar em contacto uns com os outros muito em breve. (...) Ainda temos diferenças quanto aos detalhes.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo Serguei Lavrov e o secretário de Estado norte-americano John Kerry tiveram um encontro a dois na ONU.
“Concordámos que os militares (russos e norte-americanos) devem entrar em contacto uns com os outros muito em breve. Queremos uma Síria democrática, unida, laica, que possa acolher todos os grupos étnicos e religiosos e onde os direitos são garantidos. Ainda temos diferenças quanto aos detalhes para atingir esse objetivo”, disse Lavrov.
Um “detalhe” chamado Bashar el-Assad, já que a Rússia defende a ajuda ao ditador sírio, ao contrário dos Estados Unidos e outros países, como a França. A pose de Kerry junto a Lavrov foi, aliás, criticada por alguma imprensa norte-americana.
We would have grave concerns should #Russia strike areas where ISIL-affiliated targets are not operating.
— John Kerry (@JohnKerry) September 30, 2015
The US supports any genuine effort to fight ISIL, however we will not be confused in our fight against ISIL with support for Assad.
— John Kerry (@JohnKerry) September 30, 2015
“Dei conta e reiterei as preocupações que exprimi na reunião do Conselho de Segurança da ONU, presidida pela Rússia. Preocupações que têm a ver com os alvos, a natureza desses alvos e a necessidade de clareza. Uma coisa é alvejar o Estado Islâmico, outra coisa é não ser isso que está a acontecer e, nesse caso, ficamos preocupados”, disse o secretário de Estado norte-americano.