O Presidente francês, François Hollande, visitou Atenas durante dois dias, definindo a evolução política helénica como "uma lição de democracia para o mundo" e prometendo investimentos a Alexis Tsipra
Vir a Atenas é saudar a lição de democracia que nos deram nos últimos meses.
O Presidente francês, François Hollande, esteve durante dois dias na Grécia em visita oficial, onde se encontrou com o Primeiro-Ministro Alexis Tsipras. Juntos, abordaram os grandes desafios atualmente enfrentados pela União Europeia, mas também os desafios com que se deparará a ainda frágil economia grega durante próximos tempos.
A visita oficial do Chefe de Estado francês teve lugar quando a Grécia recebe a visita de uma nova delegação de credores, empenhada em exigir a Atenas a continuação das reformas estruturais para que o país encontre o caminho certo para a recuperação económica, conseguindo, ao mesmo tempo, recuperar a confiança dos mercados.
Uma das medidas previstas pela delegação de credores passa pela flexibilização das regras a respeito do incumprimento dos prazos de pagamento das prestações da casa. Os credores querem que seja mais fácil expulsar os devedores das propriedades ocupadas e falam mesmo em expulsões “em massa.” Atenas já veio dizer que essa seria uma medida inaceitável. Alexis Tsipras, entretanto, relembrou esta sexta-feira que as reformas serão feitas, mas não contra os gregos:
“Algumas pessoas deveriam entender que a Grécia assinou um acordo e que pretende cumpri-lo, mas também que esse acordo não pode traduzir-se na perda da nossa soberania nem na destruição da nossa coesão social.”
Durante o seu discurso no parlamento de Atenas, Hollande relembrou os gregos de que gozam do apoio francês, particularmente depois da “lição de democracia” por eles oferecida ao mundo:
“Vir a Atenas é saudar a lição de democracia que nos deram ao longo dos últimos meses. É saudar a lição do povo que se tornou dono do seu próprio destino. Esta é uma Nação que enfrenta com coragem as dificuldades que se lhe apresentam.”
Durante a visita oficial, Hollande prometeu também mais investimentos na economia helénica, investimentos que, para o analista político grego Giorgos Kapoupolos, poderão vir a ser interessantes para os franceses, mas apenas a longo prazo:
“Investir na Grécia pode ser proveitoso a longo prazo para os estrangeiros, mas, no caso de França, esse investimento alia-se a uma série de interesses de natureza geopolítica.”