Mais de uma dezena de polícias russos armados tomaram de assalto uma biblioteca em Moscovo especializada em literatura ucraniana. A operação
"Talvez devido ao nosso nome as pessoas pensem que isto é um reduto de sentimento anti-russo neste país e que isto foi criado por nacionalistas ucranianos. Estão completamente errados" - Tatiana Muntyan, bibliotecária
Mais de uma dezena de polícias russos armados tomaram de assalto uma biblioteca em Moscovo especializada em literatura ucraniana.
A operação policial teve lugar esta quinta-feira tendo as autoridades detido a diretora, Natalya Sharina, acusando-a de incitamento ao ódio racial.
As autoridades afirmam terem ainda apreendido o que classificam como “propaganda anti-Rússia”.
Entre as obras apreendidas contam-se os livros de Dmytro Korchinskiy, um autor ucraniano nacionalista banido na Rússia. Uma das bibliotecárias afirma contudo que as obras deste autor não pertencem à biblioteca.
“Não consigo perceber a quem é que isto é dirigido. Quem trabalha aqui é russo e os leitores são cidadãos russos. Talvez devido ao nosso nome as pessoas pensem que isto é um reduto de sentimento anti-russo neste país e que isto foi criado por nacionalistas ucranianos. Estão completamente errados”, afirmou Tatiana Muntyan, bibliotecária desta instituição.
O ministério ucraniano dos negócios estrangeiros emitiu um protesto pela detenção da diretora afirmando que as autoridades russas estão a tentar classificar tudo o que é ucraniano como anti-russo e extremista.
Desde o ano passado que as relações entre a Rússia e a Ucrânia estão tensas devido à anexação da Crimeia e ao apoio de Moscovo aos separatistas no leste do país.