Contrariou todas as previsões. Em Konya na região de Anatólia, onde nasceu a 26 de fevereiro de 1959, o conservador Ahmet Davutoğlu falou aos
Contrariou todas as previsões. Em Konya na região de Anatólia, onde nasceu a 26 de fevereiro de 1959, o conservador Ahmet Davutoğlu falou aos apoiantes com um sorriso nos lábios:
“Hoje é um dia de modéstia, de vitória da nossa nação (…) Esperamos servi-los bem nos próximos quatro anos e apresentar-nos novamente em 2019. Que Deus nos proteja. É tempo de dizer boa noite e de nos encontrarmos com os nossos compatriotas.”
Incapaz de formar uma coligação com a oposição, o governante ou a “marioneta de Erdogan” como lhe chamam os seus detratores, foi forçado uma espécie de segunda volta com uma missão: reconquistar a maioria absoluta.
Menos presente nesta campanha, Erdogan deu mais espaço ao primeiro-ministro, que não falou da reforma presidencialista. A presidência executiva defendida pelo chefe de Estado é vista como uma das razões para os resultados obtidos pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento nas eleições de 07 de junho.
Depois de cinco anos como ministro dos Negócios Estrangeiros, Ahmet Davutoğlu chegou à liderança do AKP em 2014 pelas mãos do presidente Recep Tayyip Erdogan. Juntos partilham a visão da Turquia como uma potência islâmica regional.
Ao recuperar a maioria absoluta, o chefe de Governo reforça a sua posição enquanto líder político e o poder do chefe de Estado. Mas o analista Cengiz Aktar considera que se trata de um presente envenenado.
“Se Erdogan deixa cair o sonho de criar um novo regime, um regime presidencial, sem pesos e contrapesos como vai resolver a questão curda e os problemas económicos? A Turquia está no fim do caminho” afirma.
À espera de respostas por parte do chefe de Governo estão, também, outras questões como a política em relação à Síria e a infiltração de militantes do autodenominado Estado Islâmico na sociedade turca.