Birmânia conta votos, depois das primeiras eleições livres em 25 anos

Birmânia conta votos, depois das primeiras eleições livres em 25 anos
De  Nelson Pereira

Encerradas as urnas na Birmânia, decorre a contagem de votos, depois das primeiras eleições livres em 25 anos. One of #Myanmar’s many first time

Encerradas as urnas na Birmânia, decorre a contagem de votos, depois das primeiras eleições livres em 25 anos.

Concorreram mais de 90 partidos, mas os dois principais são o partido no poder ligado aos militares (Partido para a Solidariedade e o Desenvolvimento, USDP), e a Liga Nacional para a Democracia (LND) de Aung San Suu Kyi, a oposicionista que esteve 15 anos em prisão domiciliária.

Uma norma constitucional introduzida pelos militares impede Suu Kyi, Nobel da Paz em 1991, de assumir a presidência.

Uma situação que deixa adivinhar tensões em torno da eleição do presidente, que deverá acontecer no parlamento dentro de alguns meses.

O ato eleitoral decorreu sem problemas, segundo o chefe da missão de observadores da União Europeia:

“Observámos, até agora, um procedimento que parece bastante fiável, sem ser livre de falhas ou deficiências, com as quais contávamos”, disse Alexander Lambsdorff, acrescentando que “Algumas das coisas que eram discutidas antes das eleições, não parecem representar um grande problema. Não vimos, por exemplo, dificuldades com a identificação dos eleitores nas listas de votos aqui em Yangon, veremos se no interior foi diferente”.

Estas legislativas são um passo importante para a transição democrática iniciada há quatro anos, com a autodissolução da junta militar que governou o país desde 1962.

Segundo a comissão eleitoral, cerca de 80% dos mais de 30 milhões de eleitores birmaneses pariticiparam no escrutínio.

Aung San Suu Kyi foi criticada durante a campanha eleitoral por ignorar a situação da minoria muçulmana Rohingya. A Nobel da Paz não visitou o norte da região administrativa de Arakan, onde vivem 100 mil membros desta etnia, depois dos conflitos de 2012. As autoridades birmanesas retiraram aos Rohingya o direito de voto e pela primeira vez depois da independência em 1948, eles não puderam participar nas eleições.

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