Violência no Burundi leva polícia a recolher armas dos civis

A violência no Burundi levou as autoridades a uma recolha sistemática das armas detidas pelos civis na capital, Bujumbura, em especial nos bairros dominados pela oposição ao presidente Pierre Nkurunziza.
A eleição do presidente para um terceiro mandato levou a uma onda de violência e a duras críticas por parte de Paul Kagamé, presidente do vizinho Ruanda.
A polícia anda agora de porta em porta a recolher as armas: “Estamos a aplicar uma nova técnica no processo de desarmamento forçado da população civil. Esta nova técnica permite-nos recolher todas as armas que eram detidas ilegalmente”, diz o general Alain Guillaume, ministro da Segurança do país.
O último banho de sangue teve lugar no sábado, num bar chamado “Au coin des amis” (“O canto dos amigos”). O que se passou aqui foi tudo menos amigável: Todas as nove pessoas que estavam no bar, incluindo os donos, foram massacradas. Segundo testemunhos, os autores do massacre estavam vestidos com fardas policiais. A polícia e a organização de juventude do partido do poder podem estar na origem do crime.
Desde o início da onda de violência em abril, morreram quase 200 pessoas, segundo os números oficiais. O verdadeiro balanço pode ser ainda maior. Muitos fogem da capital – não só da violência em si, mas também para evitar o controlo das armas.