Telegram Messenger encerra 78 canais de comunicação do "Daesh"

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De  Francisco Marques
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O serviço de mensagens instantâneas Telegram Messenger anunciou esta quinta-feira ter bloqueado 78 canais de comunicação relacionados com o

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O serviço de mensagens instantâneas Telegram Messenger anunciou esta quinta-feira ter bloqueado 78 canais de comunicação relacionados com o autoproclamado grupo Estado Islâmico ou “Daesh”, no acrónimo árabe.

O serviço criado pelo russo Pavel Durov há 2 anos e agora sediado em Berlim, na Alemanha, tem estado a ser usado pelos “jihadistas” há cerca de 2 meses, avançou a Reuters. Foi através do Telegram Messenger, por exemplo, que o “Daesh” reivindicou os recentes ataques de Paris e o atentado que motivou a queda do avião russo na península do Sinai, no Egito.

Islamic State makes Telegram messaging app a major marketing tool: https://t.co/VhPB4EvkHnpic.twitter.com/P75aUpEvZ1

— Reuters World (@ReutersWorld) 19 novembro 2015

(“Estado Islâmico fez da aplicação de mensagens do Telegram a principal ferramenta de propaganda.”)

O serviço estará a ser usado também para recrutamento de mais combatentes para as fileiras do grupo “jihadista” e para exigir o pagamento de resgates, como por exemplo do refém chinês, que, entretanto, alegaram já ter executado face à falta de interesse no referido resgate.

“Ficámos perturbados por saber que os canais públicos do Telegram estavam a ser usados pelo ISIS (outro acrónimo inglês do ‘Daesh’) para difundirem as suas mensagens”, lê-se num comunicado dos promotores do serviço.

This week we blocked 78 ISIS-related channels across 12 languages. More info on our official channel: https://t.co/69Yhn2MCrK

— Telegram Messenger (@telegram) 18 novembro 2015

(“Bloqueámos esta semana 78 canais relacionados com o ISIS (‘Daesh’) difundidos em 12 idiomas.”)

O serviço é famoso pela alegada alta segurança e privacidade, permite transferir vídeos, textos e mensagens de voz encriptadas, de forma rápida e com grande capacidade de transferência de dados.

Frank Rieger, do Chaos Computer Club, a auto assumida maior associação de piratas informáticos da Europa, receia, contudo, que este caso leve os governos a decidir reforçar a espionagem sobre quem não devem.

“A encriptação está em todo o lado. O WhattsApp está encriptado, os sistemas de ‘e-banking’ estão encriptados. Se dissermos que vamos ter de quebrar as encriptações como um estado regulador, isso apenas vai levar a que todos os cidadãos sejam espiados, mas não os terroristas porque eles usam encriptações inquebráveis”, alegou Riger.

To media covering us this week: Telegram channels are public broadcasts. They are the opposite of private chats. Please don't mix the two.

— Pavel Durov (@durov) 19 novembro 2015

(Pavel Durov: “Aos meios de comunicação a reportarem sobre nós esta semana,
os canais do Telegram são emissões públicas. São o oposto de conversações privadas.”)

O Telegram Messenger permite abrir canais de conversação públicos entre dois ou mais intervenientes. Os promotores do serviço dizem ter mais de 60 milhões de utilizadores registados. Há canais seguidos por mais de 10.000 pessoas, incluindo alguns dos que foram agora suspensos.

O serviço garante, ainda assim, que apesar estar a bloquear os canais utilizados pelos “jihadistas” continuam a defender e a encorajar a liberdade de expressão e de opinião. “Embora estejamos a bloquear ‘bots’ e canais terroristas, nós não vamos bloquear ninguém que esteja a expressar de forma pacífica opiniões alternativas”, escreveram ainda os promotores do Telegram Messenger.

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