Learning World: O ensino da sustentabilidade ambiental

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Consumo excessivo, poluição, aquecimento do planeta: num mundo que sofre os efeitos dos excessos humanos, como podemos ensinar as gerações futuras a

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Consumo excessivo, poluição, aquecimento do planeta: num mundo que sofre os efeitos dos excessos humanos, como podemos ensinar as gerações futuras a encontrarem soluções? Nesta edição de Learning World descobrimos dois projetos que alargam os limites da educação para a sustentabilidade ambiental.

Da horta para a mesa

O que acontece quando as hortas e as cozinhas se transformam em salas de aula interativas para todas as matérias? Nos Estados Unidos, encontramos alunos que aprendem graças ao paladar.

O orgulho da escola preparatória Martin Luther King Jr., em Berkeley, está escondido pelas árvores: uma horta de mais de 4 mil metros quadrados. Para os alunos do 6° ano o dia começa com a instalação de feno numa das parcelas.

Geoff Palla, jardineiro e professor, explica a lição: perceber o mistério da decomposição: “Temos a capacidade de estarmos próximos do que eles chamam natureza, de forma que há uma espécie de autodescoberta. Podem explorar e descobrir por eles próprios e isso tem um impacto muito maior do que se fosse explicado”.

Para lá de matérias como ciências ou matemática, os alunos aprendem a cultivar frutas e legumes. Preparar o solo, semear, fazer a colheita e a compostagem: as tarefas são, muitas vezes, uma novidade para os estudantes. É o caso de Olivia: “Eu gostaria que começássemos a cultivar coisas e mantivéssemos um melhor ambiente, basta limpar e cultivar coisas boas no jardim”.

Num país, onde domina a agricultura intensiva, o “projeto “Edible Schoolyard”“:http://edibleschoolyard.org/, ou “Recreio comestível” (tradução literal), promove a sustentabilidade. Através da jardinagem, os alunos aprendem quais são os impactos ambientais das suas escolhas.

Kyle Cornforth, diretora do projeto, adianta: “Ensinamos também gestão ambiental aos alunos. Como vamos cuidar do planeta, como podemos trabalhar juntos para partilhar os recursos. Sabemos que para cuidar de uma coisa é preciso apaixonar-se primeiro por ela. Se os estudantes não têm a oportunidade de tocar a natureza, de se apaixonarem pelo cultivo, pelo processo culinário e pela partilha das refeições, como é que podemos esperar que cuidem do mundo natural”.

As lições passam também pela cozinha, um espaço digno de um grande restaurante.

No dia da reportagem, os alunos do 7° ano estão a cozinhar polenta: cozer a farinha de milho, cortar os legumes e as ervas aromáticas, refogar a cebola. Todos os produtos são biológicos, frescos e cultivados na horta da escola ou na região.

Jessie Brandt, um dos alunos, afirma: “Aqui temos acesso a muitas mais coisas e a uma grande quantidade de alimentos saudáveis. Mais do que em casa. Em casa cozinhamos produtos saudáveis, mas aqui há muitas coisas na cozinha e na horta que são o mais saudável possível”.

A aula de cozinha serve também para acentuar os bons hábitos, como explica Esther Cook, professora de culinária: “Tentamos consciencializá-los para o tempo e para o esforço de produção dos alimentos, para que não desperdicem. Se deitarem um tomate na compostagem, posso fazê-los pensar nos longos meses que passaram desde a sementeira. Quando se deita algo na compostagem não é apenas um gesto de um segundo, mas está-se também a deitar fora muito tempo e muitos meses de trabalho”.

A aula termina à mesa. Uma ocasião para acentuar o gosto pelas refeições saudáveis!

Um jardim numa antiga lixeira

A cidade de Medellín, na Colômbia, foi, em tempos, um dos locais mais perigosos do mundo. Agora enfrenta uma ameaça diferente: a poluição. Mas as autoridades, a população e instituições de ensino estão a transformar Moravia, uma das mais colinas mais conhecidas da cidade.

Joe Sanchez, estudante de engenharia ambiental, explica-nos: “Neste local encontramos uma grande quantidade de lixo. Antes, Moravia era uma lixeira a céu aberto. Os camiões chegavam e descarregavam o lixo. Os resíduos estão todos misturados”.

Durante os anos 70 e 80, a cidade de Medellín acolheu um grande número de pessoas vindas das zonas rurais que, de forma espontânea, se instalaram junto a Moravia, que era uma enorme lixeira. Desde então foram realojadas 10 mil pessoas e o terreno está a ser limpo.

Com o projeto ““Moravia floresce para a vida”“:http://www.unescosost.org/project/moravia-florece-para-la-vida/, o Instituto Tecnológico de Antioquia forma, no terreno, os futuros engenheiros ambientais. Um deles, Joe Sanchez, adianta: “Atualmente, temos muitos desafios ambientais. Em países como a Colômbia os conflitos (com as FARC ou os narcotraficantes) também prejudicam muito o ambiente, nas zonas rurais mas também na cidade. Comecei por estudar engenharia ambiental para tentar encontrar uma solução para estes problemas ecológicos”.

No Instituto Tecnológico, os alunos aprendem química, agronomia ou engenharia ambiental.

Qual é a ideia na base do programa?

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Jorge Montoya, um dos primeiros professores, revela: “A principal ideia é que, a partir do conhecimento de projetos reais, os estudantes possam confrontar-se ao mundo do trabalho. Para os estudantes, a engenharia ambiental representa uma enorme oportunidade para trabalhar em projetos e desafios de transformação ambiental em todo o mundo e, em especial na Colômbia”.

Os estudantes recorreram às plantas para limpar o lixo que continua enterrado. Existem faixas de proteção. Na colina de 35 metros de altura, as camadas naturais de vegetação melhoram a qualidade do ar, do solo e da água.

Oriol Arrango frequenta as aulas e é mais do que um simples jardineiro: “Aprendi muito sobre nutrição, por exemplo, aprendi como podar as árvores. Aprendi também quais são as plantas necessárias aqui”.

Química, agronomia e muita paixão: o projeto transformou um dos locais mais poluídos da Colômbia. A antiga lixeira é hoje um jardim de 30 mil metros quadrados. Um projeto implementado pelos habitantes e por jovens profissionais, que são solicitados para lá das fronteiras colombianas e da América Latina.

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