EUA: Supremo Tribunal suspende programa de Obama para combater alterações climáticas

A determinação de Barack Obama de os Estados Unidos da América liderarem o combate às alterações climáticas, encontro agora um entrave. O Supremo Tribunal norte-americano suspendeu, esta terça-feira, o programa que o presidente tenta colocar em marcha já há vários meses.
O Tribunal deu providência ao pedido de 27 estados e empresas do setor mineiro, sobretudo do carvão, para bloquear o chamado “Plano de Energia Limpa”.
Apesar deste revés, a Casa Branca garantiu, na rede social Twitter, que não vai desistir.
On the Supreme Court's #CleanPowerPlan decision, we remain confident we will prevail on the merits. pic.twitter.com/Ia3lw1kdID
— Josh Earnest (@PressSec) February 10, 2016
O Plano de Energia Limpa prevê a redução das emissões de dióxido de carbono em 32% até 2030, com especial foco na produção de energias renováveis.
Em janeiro, Barack Obama desafiou o Congresso para apoiar o projeto.
“Mesmo que o planeta não estivesse em risco, mesmo que 2014 tivesse sido o ano mais quente, alguma vez registado – até que 2015 acabou por ser ainda mais quente – porque é que queremos deixar passar a oportunidade de as empresas americanas produzirem e venderem a energia do futuro? “, questiona o presidente.
Desde o ano passado, vários estados, liderados pelo estado da Virgínia Ocidental, grande produtor de carvão, e pelo Texas, produtor de petróleo, têm lutado contra o Plano, alegando que as medidas nele previstas além de violarem a autonomia dos governos estatais, terão um efeito devastador nas suas economias.
O Caso será julgado, em junho, pelo Tribunal de Recursos do Distrito de Colúmbia.
Enquanto isso, estes estados não vão cumprir o plano de começar a cortar nas emissões de dióxido de Carbono.
No final do ano passado, na Cimeira do Clima de Paris, Washington comprometeu-se a lutar contra as alterações climáticas. Compromissos que estão agora em perigo, caso o Plano de Energia Limpa não se cumpra.
A partir de abril, os países que adotaram as resoluções de Paris vão iniciar a ratificação do acordo.
Caso os Estados Unidos resolvam reverter o processo, outros grandes poluidores como a China, o Brasil ou a Índia, podem seguir-lhe o exemplo.