"Grécia receia tornar-se num armazém de almas"

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Como uma barragem, o afluxo incessante de migrantes está a acumular-se em várias partes da Grécia, incluindo Atenas. O porto da capital helénica é um

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Como uma barragem, o afluxo incessante de migrantes está a acumular-se em várias partes da Grécia, incluindo Atenas.

O porto da capital helénica é um dos locais onde famílias inteiras aguardam pelo fim das restrições de entrada na fronteira da Macedónia e dos outros países no caminho do coração da Europa.

A baixa de Atenas começa a ficar povoada com refugiados, que mantém uma determinação estoica. “Vamos esperar até abrirem as fronteiras. A Europa deve fazer alguma connosco. Senão fizer, nós também não regressamos, ficamos aqui até morrer”, diz um refugiado.

O dia-a-dia dos gregos conhece uma alteração, para lá da já difícil crise económica.

“Venho aqui há já muitos anos para beber o meu café e já não posso fazer isso. Estou mesmo aborrecido. As pessoas choras, outras têm fome…”, conta um idoso grego.

“Eles chegam, chegam e chegam. Para onde vão? Ficámos estrangeiros no nosso próprio país. Esta é a verdade. Os gregos abandonaram o país e transformaram-se em emigrantes. Olhe a sua volta, todas as lojas fecharam. Os estrangeiros reabriram-nas. Nós partimos e eles vêm viver em Atenas”, explica uma mulher.

O governo grego reduziu a frequência das ligações dos ferries com as ilhas para limitar, para já, a acumulação de migrantes na Grécia continental.

De acordo com o correspondente da Euronews na Grécia, Apostolos Staikos, “as fronteiras encerradas da Macedónia não desencorajam milhares de refugiados que continuam a chegar ao porto de Pireus. A Grécia receia tornar-se num armazém de almas. A esperança reside agora numa crucial cimeira da União Europeia marcada para o dia 7 de março”.

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