Colômbia: O fim da guerra para dezenas de crianças-soldado das FARC

Colômbia: O fim da guerra para dezenas de crianças-soldado das FARC
De  Euronews

A guerrilha colombiana das FARC comprometeu-se ontem a desmobilizar todas as crianças soldado das suas fileiras. A decisão representa um novo passo

A guerrilha colombiana das FARC comprometeu-se ontem a desmobilizar todas as crianças soldado das suas fileiras.

A decisão representa um novo passo nas negociações de paz com o governo colombiano que decorrem há três anos e meio em Havana.

Segundo o representante do governo, Humberto de la Calle, “anunciámos hoje três medidas importantes, a desmobilização dos menores de 15 anos e a elaboração de um plano que permita a desvinculação progressiva de todos os restantes menores de 18 anos, assim como a criação de um programa de reinserção destas crianças que saiem da guerra”.

As FARC tinham-se já comprometido em Fevereiro a não recrutar menores. A aplicação do novo acordo vai ser supervisada, no terreno, pela UNICEF e a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Para o representante das FARC, Ivan Marquez,

“Acordámos com o governo que estes menores não podem ser perseguidos pela justiça, pois são vítimas de uma situação política e social dramática e serão tratadas como tal e nunca como criminosos”.

As FARC teriam recrutado mais de 9 mil crianças nas últimas décadas, mantendo atualmente cerca de três dezenas de menores de 15 anos nas suas fileiras.

O novo entendimento ocorre num momento decisivo para as negociações de paz, depois dos dois campos terem acordado, na semana passada, que todas as decisões anunciadas em Havana serão inscritas na Constituição, para evitar quaisquer modificações no futuro.

Os dois campos, que prometem para breve a assinatura de um acordo de paz, parecem mostrar-se favoráveis à possibilidade de submeter o conjunto de entendimentos a um referendo nacional.

O consenso em Havana destoa, no entanto, da posição da população colombiana quando, segundo a última sondagem Gallup, 66% dos colombianos mostram-se céticos quanto ao resultado das negociações, face a 27% que apoiam os acordo forjados em Havana.

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