Espião português preso em Itália por vender segredos da NATO a russo

Espião português preso em Itália por vender segredos da NATO a russo
De  Francisco Marques
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Um suposto espião português foi apanhado no sábado em Roma, Itália, a vender segredos de Estado, alguns relacionados com a União Europeia e com a NATO. O recetor era um cidadão russo, também detido, que teria ligação aos serviços secretos do Kremlin. O português, adiantou a Lusa, será funcionário do Serviço de Informações de Segurança (SIS) e foi identificado pelo Expresso como sendo Frederico Carvalhão Gil.

Carvalhão Gil, o espião português apanhado a vender segredos aos russoshttps://t.co/HVbRn8PiTM

— Expresso (@expresso) 23 de maio de 2016

/p> A agência de notícias adiantou, entretanto, tratar-se de um dos mais antigos oficiais do SIS e que já esteve destacado em várias embaixadas, embora não estivesse creditado em Itália quando foi detido.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou, entretanto, em comunicado, que a detenção aconteceu no âmbito de uma investigação a “suspeitas de transmissão de informações, a troco de dinheiro, por parte de
um funcionário português a um cidadão estrangeiro supostamente ligado a um serviço de informações estrangeiro”. “As detenções resultaram de uma estreita cooperação entre as autoridades portuguesas e
italianas, sendo, igualmente, de salientar a intervenção da Eurojust”, lê-se ainda no comunicado da PGR, a qual revelou ter sido “realizadas, igualmente, buscas domiciliárias em Portugal.”

Durante a investigação, foram emitidos dois mandados de detenção europeus (MDE) e uma carta rogatória, com pedido de cumprimento antecipado de diligências de recolha de prova.

Envolvida na operação esteve a Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT). Em comunicado, a PJ revelou ter-se tratado de “uma complexa e sensível operação, que decorreu desde o final da passada semana e findou ontem (domingo), na sequência da qual foi possível esclarecer fatos referentes à prática dos crimes de espionagem, corrupção e violação de segredo de Estado.”

Operação "Top Secret" https://t.co/NZJwitImR4

— Polícia Judiciária (@PJudiciaria) 23 de maio de 2016

“Na execução desta operação, a Polícia Judiciária fez deslocar funcionários a Itália e contou com a excelente colaboração da Policia de Stato, de Itália – Divisione Investigazioni Generali e Operazioni Special (DIGOS), Interpol Roma, bem como do Eurojust”, adiantou a força especial portuguesa de investigação, concluindo: “Os dois detidos, a quem foram apreendidos elementos com relevante valor probatório, foram presentes à Autoridades Judiciárias italianas competentes, tendo sido determinado que aguardem a extradição em prisão preventiva.”

De acordo com o jornal Público, cada segredo transacionado rendia ao espião português cerca de 10 mil euros. O Económico garante que a Justiça portuguesa receia que entre os documentos transacionados figurem informações pessoais de cidadãos lusos que possam vir a servir a agentes duplos ao serviço da espionagem russa.

Já esta terça-feira, em Lisboa, a Procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, foi questionada sobre a detenção do suposto espião português em Roma, mas remeteu qualquer esclarecimento para o gabinete de imprensa da PGR.

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