França: Sindicatos votam greve na centrais nucleares

As 19 centrais nucleares francesas arriscam uma paralisação parcial esta quinta-feira. Os trabalhadores afetos à confederação sindical CGT juntam-se às greves que se registam noutros setores, que duram há uma semana, em contestação à nova lei do trabalho. Os sindicatos mais à esquerda acusam o governo socialista de autismo.
“Descer às ruas deixou de ser suficiente, já não nos ouvem – afirma um sindicalista. Chegou o momento de brandir outras armas um pouco mais importantes, um pouco mais consequentes e vamos todos entrar nesta luta para dizer ao governo: não, já chega!”
Apesar das paralisações nas centrais nucleares o abastecimento de eletricidade não deverá ser afetado em virtude de disposições legais. O mesmo não se pode dizer dos combustíveis tradicionais nos transportes.
As autoridades recorreram à força para pôr fim ao bloqueio de um depósito no norte do país. A maioria das refinarias estão encerradas e o terminal do Havre, por onde chegam 40 por cento das importações de petróleo, tem as torneiras fechadas até sexta-feira.
No parlamento, o primeiro-ministro, Manuel Valls, assegurou que as forças da ordem vão continuar a agir para dispersar os bloqueios que ameaçam paralisar o país.
A radicalização do movimento sindical prende-se em grande medida com as eleições para as instâncias de mediação laboral que se realizam no próximo ano. A nova lei do trabalho transformou-se na ocasião ideal para mostrar os músculos.