#Brexit: A crise no imobiliário britânico e a procura de "vistos gold" portugueses

#Brexit: A crise no imobiliário britânico e a procura de "vistos gold" portugueses
Direitos de autor 
De  Euronews com PUBLICO, REUTERS
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O artigo 50 do tratado de Lisboa ainda não foi ativado, como exige a União Europeia, mas no Reino Unido os efeitos do “Brexit” já se começam a sentir.

PUBLICIDADE

O artigo 50 do tratado de Lisboa ainda não foi ativado, como exige a União Europeia, mas no Reino Unido os efeitos do “Brexit” já se começam a sentir. Em particular, no imobiliário comercial, isto é, escritórios, lojas ou centros comerciais. O jornal Guardian estima que, por exemplo em Londres, o valor dos imóveis comerciais possa cair até 20 por cento.

Perante a iminente saída do Reino Unido da União Europeia, muitos dos investidores deste setor já estão a pedir de volta o dinheiro que investiram. Sem capacidade financeira de fazer face aos pedidos, pelo menos seis fundos de imobiliário comercial já estão a tomar medidas, incluindo o congelamento dos reembolsos.

Crise no imobiliário britânico deixa milhões congelados em activos https://t.co/UD1GlCBu3gpic.twitter.com/t7Ssh4t7O6

— Jornal de Negócios (@JNegocios) 7 de julho de 2016

Analista de mercado da Panmure Gordon, David Buik confirma a “a preocupação” de que o Reino Unido entre “em recessão no primeiro trimestre de 2017”. “Já estamos a assistir agora ao congelamento do investimento estrangeiro no imobiliário comercial britânico e o governador do Banco de Inglaterra admite uma queda de 50 por cento no volume de negócios após o primeiro trimestre, o que é significativo”, considerou o analista.

Para o Banco de Inglaterra, o imobiliário comercial será um dos setores mais ameaçados pelo “Brexit”. Face à desvalorização da libra, é verdade que o preço das propriedades baixou para os investidores estrangeiros, mas também o rendimento.

“Brexit” está a despertar interesse no imobiliário português https://t.co/GWpt1JMBIn

— Público (@Publico) 8 de julho de 2016

Franceses ultrapassaram ingleses

No primeiro trimestre deste ano, o investimento estrangeiro no imobiliário português, que era dominado pelos ingleses, foi tomado de assalto pelos franceses. Apesar da queda de dois por cento face a 2015 impulsionada pela procura interna, o investimento estrangeiro terá representado 20 por cento das transações imobiliárias efetuadas.

Entre janeiro e março terão sido vendidos 5 mil imóveis a estrangeiros, incluindo através de “vistos gold”, dos quais 26 por cento terão sido adquiridos por franceses, os quais beneficiam atualmente de um regime fiscal especial em Portugal. Os ingleses adquiriam 18 por cento e os chineses 13 por cento. A liderança deste investimento estrangeiro no imobiliário português poderá, no entanto, regressar em breve às mãos inglesas.

O jornal Público, por fim, revela esta sexta-feira o aumento das sondagens britânicas sobre o programa português de Autorizações de Residência para Actividade de Investimento, os populares “vistos gold”, que permitem não só a autorização de residência no país como a livre circulação pelo espaço Schengen de cidadãos de fora da União Europeia, que é no que se vão tornar os britânicos. O presidente da Associação dos Profissionais e empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) disse ao Público ser admissível um crescimento da procura de “vistos gold”, em particular pelos efeitos negativos do “Brexit” no setor imobiliário britânico. Luís Lima considera também que a saída do Reino Unido da União Europeia pode levar alguns investidores estrangeiros tradicionais no mercado britânico, como indianos e chineses, possam redirecionar parte dos respetivos capitais para outros países europeus como Portugal.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Casa mais estreita de Londres à venda

Relatório revela que mercado alemão continua a ser o que enfrenta mais dificuldades na Europa

Imposto sobre as sucessões na Europa: como variam as regras, as taxas e as receitas?