A 17 de agosto de 2015 era assinado o acordo de paz de Adis Abeba.
A 17 de agosto de 2015 era assinado o acordo de paz de Adis Abeba. Mas no Sudão do Sul as hostilidades tem vindo a acentuar-se entre o exército fiel ao presidente Salva Kiir Mayardit e os rebeldes do antigo vice-presidente Riek Machar.
As duas partes assinaram o acordo sob pressão internacional. O documento estipulava a criação de um governo de unidade nacional, a realização de eleições e a criação de um tribunal, pela União Africana, para punir os responsáveis por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade.
Um ano depois, as organizações de direitos humanos dizem que a justiça é “uma utopia” no país e, em julho, Juba voltou a ser palco de confrontos entre as duas fações.
A violência ameaça o frágil acordo de paz, que devia ter posto fim à guerra civil iniciada em dezembro de 2013, depois do presidente Salva Kiir ter acusado o seu antigo vice-presidente de tentativa de golpe de Estado.
A violência fez dezenas de milhares de mortos e contam-se mais de 2,5 milhões de sul-sudaneses deslocados no interior do país ou refugiados nos Estados vizinhos.
Só em Gambella, na Etiópia, encontram-se 270 mil refugiados. No Uganda são já mais de 52 mil e o país prepara-se para receber o dobro.
90% of refugees from #SouthSudan arriving in Uganda are women and children https://t.co/Kv6UB1fHippic.twitter.com/ruS8NzD2QN
— UN Refugee Agency (@Refugees) 12 de agosto de 2016
Aumentou também o número de sul-sudaneses no Quénia e no Sudão.
A Agência da ONU para os Refugiados diz que a violência de julho fez fugir 60 mil pessoas.
No total, os países vizinhos acolhem cerca de 900 mil refugiados sul-sudaneses, desde dezembro de 2013.
Independente desde julho de 2011, após uma guerra de mais de 20 anos contra Cartum, o Sudão do Sul é o país, em termos mundiais, com a maior taxa de população refugiada devido a conflitos.
Unprecedented #malnutrition in #SouthSudan; 4.8 million facing severe #foodinsecurity, number expected to increase https://t.co/bSq6qwRA5U
— USAID South Sudan (@USAIDSouthSudan) 1 de agosto de 2016
Com o relato incessante de assassinatos e violações, a 12 de agosto, o Conselho de Segurança da ONU autorizou o envio de mais quatro mil capacetes azuis.
Estes vão juntar-se aos 12 mil homens da missão da ONU presente no terreno desde 2011. A força de proteção poderá “usar todos os meios necessários para pacificar Juba e proteger o aeroporto”.