Líbia: Relatório dos deputados britânicos critica Cameron

Líbia: Relatório dos deputados britânicos critica Cameron
De  Euronews
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Um relatório dos deputados britânicos publicado, esta quarta-feira, tece fortes críticas ao antigo primeiro-ministro, David Cameron.

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Um relatório dos deputados britânicos publicado, esta quarta-feira, tece fortes críticas ao antigo primeiro-ministro, David Cameron. Em causa a intervenção militar britânica na Líbia, em 2011. De acordo com o documento, o Reino Unido baseou-se em “premissas erradas” e numa “análise parcial das provas.”

No relatório pode ler-se que “[o governo] não conseguiu verificar a ameaça real que o regime de Kadhafi representava para os civis” e que “tomou em consideração, de maneira seletiva certos elementos da retórica de Muammar Kadhafi falhando em identificar as fações islamitas radicais no seio da rebelião.”

UK Commons Comm report on Libya, summary says Gaddafi threat2 civilians was exaggerated

cc BradRHoff</a> <a href="https://t.co/9AT8vw1qxR">pic.twitter.com/9AT8vw1qxR</a></p>&mdash; Joanne Leon (joanneleon) September 14, 2016

Mais informações

A Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento britânico aponta vários erros no processo de decisão que levou Londres a intervir militarmente no país, em 2011, juntamente com a França.

UK parl't committee slams former PM Cameron's Libya policy https://t.co/iyepT84s0b

— Political Pace (@PoliticalPace) September 14, 2016

Selon Il Corriere della Sera, #Kadhafi aurait été tué par un agent secret français https://t.co/Ht1cgiXCN1pic.twitter.com/BtLp4WPCtg

— intra (@intraa) September 9, 2016

O presidente da Comissão defende que o executivo liderado por David Cameron podia ter privilegiado outras opções. “Um compromisso político poderia ter permitido proteger a população, mudar e reformar o regime com menos custos para o Reino Unido e a Líbia” sustenta Crispin Blunt,

Mas quanto custou a operação militar do Reino Unido na Líbia? Os números não são claros.

georgegalloway</a> UK operations in Libya: the full costs broken down <a href="https://t.co/0MJyMP2dTI">https://t.co/0MJyMP2dTI</a></p>&mdash; andrew thompson (thompsonaft) September 14, 2016

A Comissão estima que David Cameron sabia que os radicais islâmicos estavam a tentar tirar proveito da rebelião e refere que não há nenhuma indicação de que a natureza dessa rebelião tenha sido, devidamente, analisada por Londres. Os deputados concluem, por isso, que Cameron é “em última instância, responsável pela incapacidade de desenvolver uma estratégia coerente na Líbia.”

O ex chefe de Governo britânico que alegou ter “uma agenda preenchida” acabou por não ser ouvido na Comissão.

Cinco anos após a deposição e a morte de Muammar Kadhafi, o caos continua a reinar na Líbia. Um país rico em petróleo, mas onde o Governo de União da Líbia, apoiado pela ONU e comunidade internacional, tem dificuldades em impor a autoridade sobre todo o território depois de, em março, se ter instalado em Trípoli.

#Libya: Progress marred by volatile security situation & economic challenges – #UN envoy. https://t.co/UGOR7YxbFlpic.twitter.com/eqfIfAvVf4

— UN News Centre (@UN_News_Centre) September 13, 2016

Esta semana, o Governo de União desafiou as suas forças a recuperar os importantes terminais petrolíferos tomados pelas tropas rebeldes, fazendo temer uma nova escalada do conflito.

Na terça-feira, as tropas do general Kalifa Haftar, chefe proclamado das forças armadas ligadas ao governo não reconhecido baseado a leste do país, lançaram uma ofensiva de surpresa contra as forças fiéis ao Governo de União, tomando os terminais de al-Sedra e de Ras Lanouf, os mais importantes do país.

#Tripoli perd le contrôle de ports pétroliers. #libye > https://t.co/TisoB2N9LCpic.twitter.com/BbE21ujftu

— L'Echo (@lecho) September 14, 2016

Esta foi a primeira vez que os dois campos que disputam o governo da Líbia se confrontaram militarmente desde a instalação em Tripoli do Governo de União que se tem revelado incapaz de impor a autoridade num país minado pelas lutas de poder e violência desde a revolta de 2011 que afastou do poder Muammar Khadafi.

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