Bolívia raciona água potável devido à pior seca dos últimos 25 anos

Bolívia raciona água potável devido à pior seca dos últimos 25 anos
De  Francisco Marques com fides, andina
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Presidente Evo Morales decretou estado de emergência e pediu desculpa aos bolivianos pela má gestão de um recurso essencial para o povo.

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A Bolívia está em estado de emergência desde segunda-feira por causa da pior seca dos últimos 25 anos. O Presidente boliviano deslocou-se, entretanto, a um dos reservatórios onde a companhia estatal de água e saneamento, EPSAS, construiu uma canalização para abastecer a capital, La Paz.

Evo Morales confrontou os agricultores da zona, por ali reterem a água para proveito próprio e resistirem a partilha-la com os habitantes da capital. Não foi o único momento de tensão enfrentado por Morales devido a esta crise.

Declaramos emergencia nacional frente a la sequía. Alcaldes y gobernadores podrán emplear recursos para hacer frente al fenómeno climático.

— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) 21 de novembro de 2016

Os três principais reservatórios de água de La Paz estão quase secos. Um deles, o de Ajuan Khota, está somente a um por cento da capacidade. Incachaca está a oito por cento e Hampaturi a cinco.

Irlaria Quispe, reside na capital, lamenta: “Ajuan Khota está seco. A água está a desaparecer. Há muito pouca ou quase nenhuma e o meu mais novo precisa de água, mas ela está a evaporar-se.”

Esta seca prolongada já afeta mais de 125 mil famílias. As autoridades não têm escolha: têm de racionar a distribuição de água potável.

Cronograma de distribución de agua por red domiciliaria, para la Zona 3 de la ciudad de La Paz. Consolidación sujeto a monitoreo de EPSAS. pic.twitter.com/GG72q6sONa

— EPSAS S.A. P.Oficial (@epsaslp) 23 de novembro de 2016

As escolas, por exemplo, vão ter de fechar duas semanas mais cedo este ano para prevenir a propagação de doenças. Diretora de uma escola em La Paz, Rocío Lazarte conta-nos que está “já há mais de três semanas sem abastecimento de água”. “Tudo o que tínhamos para as crianças era a água que descia da colina”, revela-nos.

Um terço da população da capital da Bolívia, — cerca de 340 mil habitantes — sofre de restrições de água há duas semanas. Nos bairros mais afetados, os protestos agravam-se.

#CuidemosElAgua I 14 barrios de la ciudad de La Paz fueron abastecidos con agua pic.twitter.com/2FUB5BlHgv

— Cuidemos el Agua (@CuidemosAguaBo) 22 de novembro de 2016

Mas La Paz não é a única cidade a sofrer. Cochabamba, no centro do país; Oruro, no ocidente; POotosí, no sioeste; Sucre, no sudeste; e Tarija, no sul, também estão sob racionamento de água.

As pessoas acusam a companhia de águas de corrupção e o governo de mã gestão das provisões. A oposição junta ainda à lista de responsáveis pela crise as empresas chinesas que se dedicam à atividade mineira na Bolívia.

#Ahora Vecinos de la zona Sur de La Paz protestan frente a la Embajada China en Bolivia por la escasez de agua. #ANF#CrisisdelAguapic.twitter.com/uRbaVVPHCa

— Agencia Fides (ANF) (@noticiasfides) 21 de novembro de 2016

Outra residente em La Paz, Virginia López diz-nos não ter água “desde segunda-feira”. “Na segunda à noite tivemos água por cerca de 10 minutos, mas vinha suja. Era amarela. Agora, é essa água suja que temos de beber”, protesta.

Encostado às cordas, o Presidente Morales atribui a crise de água sobretudo às alterações climáticas, mas também à má gestão da companhia de águas e já despediu dois dos funcionários da empresa pública.

Quanto às acusações a empresas chinesas, o chefe de Estado relaciona-as com os interesses corporativos para que os Estado Unidos voltam a dominar o setor.

#ÚLTIMO Destituyen al gerente de Epsas en #ElAlto. Sigue la escasez de agua #Boliviapic.twitter.com/xUyZ7S5j4x

— EL DEBER (@diarioeldeber) 23 de novembro de 2016

Los que atacan a las empresas chinas lo hacen por encargo, para que vuelva a gobernar los #EEUU mediante políticas de chantaje e imposición.

— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) 23 de novembro de 2016

“Os gestores da EPSAS nunca nos alertaram para a situação. Não estou a sacudir as culpas. Somos culpados. Peço desculpa ao povo de La Paz”, disse numa comunicação aos bolivianos perante as câmaras de televisão. Entre 30 a 50 por cento dos glaciares nos Andes bolivianos já derreteram desde a década de 70 do século passado devido às alterações climáticas. Estes glaciares são uma fonte de água indispensável da Bolívia. Dois deles correm o risco de desaparecer por completo até final de 2030.

Los glaciares de Bolivia han disminuido más de un 40% en las últimas décadas https://t.co/NI3Zm1RvBE

— EL PAÍS (@el_pais) 4 de novembro de 2016

Cuida el agua tomando duchas de 5 minutos y también recicla el agua de la ducha para el sanitario.#Cuidandoelagua#AguaBolivia#Tonovitalpic.twitter.com/Dlo5eeQgkD

— Salud Bienestar Bagó (@BagoBolivia) 23 de novembro de 2016

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