O Ruanda abriu um inquérito, formal, a militares franceses suspeitos de envolvimento no genocídio que fez, pelo menos, 800.
O Ruanda abriu um inquérito, formal, a militares franceses suspeitos de envolvimento no genocídio que fez, pelo menos, 800.000 mortos, entre abril e julho de 1994.
O anúncio foi feito pelo Procurador-geral ruandês. Em comunicado, Richard Muhumuza, explica que, tendo em consideração os dados recolhidos até ao momento, o inquérito se centra em 20 indivíduos.
Os oficiais são “intimados pela Procuradoria-geral a explicar ou esclarecer acusações” que recaem contra eles para que o Ministério Público possa determinar se eles “deverão ou não ser formalmente acusados”.
O procurador diz que as autoridades francesas já foram contactadas e que esperam total cooperação da sua parte.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros já fez saber que o pedido do Ruanda foi transmitido ao Ministério da Justiça e que Paris está, plenamente, empenhada em julgar as pessoas que participaram do genocídio.
A investigação pode crispar, mais ainda, as relações entre os dois países, que têm sofrido alguns solavancos nos últimos 22 anos.
Quando o genocídio estava em curso França foi acusada de usar a sua influência diplomática para impedir uma ação efetiva. Quando, finalmente, enviou tropas para o Ruanda, na Operação Turquesa, foi acusada de só o ter feito para deter o avanço dos rebeldes tutsi de Kagame e permitir aos autores do genocídio fugir para o vizinho Zaire, a atual República Democrática do Congo. França garante que o destacamento das suas tropas fez cessar as matanças e salvou milhares de vidas.
Com Lusa