Obama tenta até ao fim salvar as conquistas da sua presidência

Barack Obama prepara-se para deixar a Casa Branca. Apesar das críticas, conseguiu ao longo dos últimos oito anos adotar algumas leis controversas que tinha em mente para operar a mudança. Mas para tentar salvá-las trabalha até ao limite da sua presidência.
Na linha da frente da sua ação governativa situou-se a reforma da saúde, o “Affordable Care Act” conhecido como, Obamacare, que Donald Trump quer revogar assim que inicie o mandato presidencial.
No dia 4 de janeiro, Obama efetuou uma das raras visitas que fez ao congresso. Uma visita altamente simbólica para encorajar os congressistas democratas a bater-se pela reforma, antes daquele que se anuncia como o primeiro grande combate entre democratas e republicanos da era Trump. O objetivo é tentar salvar a reforma que, desde 2010, permite a cerca de 20 milhões de pessoas o acesso a um seguro de saúde.
A decisão assenta na convicção de Washington, apoiada pela CIA, de que Moscovo orquestrou a piratagem informática aos emails dos dirigentes democratas durante a campanha eleitoral. Com esta ação, Barack Obama tenta congelar o projeto de abertura política em direção à Rússia defendido pelo seu sucessor, Donald Trump.
Outra área onde Obama teme que Donald Trump retroceda é o ambiente e a luta contra as mudanças climáticas.
“Este é o momento em que determinámos que devemos salvar o nosso planeta”, dizia na COP21 em Paris. Mas ainda que a administração americana tenha ratificado em setembro o acordo de Paris, a agenda verde de Obama não está salvaguardada. As medidas aprovadas por Obama, que dependem do poder executivo do presidente, podem simplesmente ser anuladas por Donald Trump, sem passar pelo congresso.
Para aumentar a pressão, Obama escreveu no último número do jornal Science uma tribuna onde defende a obrigação moral e as vantagens económicas para os Estados Unidos de respeitar o acordo de Paris, mas a decisão compete ao senhor que se segue.