Os Estados Unidos podem ser o motor do crescimento global, mas também podem vir a ser o seu travão.
“Muito lenta há demasiado tempo”, era este o veredicto do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a economia mundial em meados de 2016.
Ganhos modestos, tanto nas economias avançadas como nas emergentes, têm mantido o crescimento em trono dos 3% nos últimos anos.
No Fórum Económico Mundial, em Davos, há esperança que 2017 seja o ano em que a economia mundial saia do marasmo e também a consciência que as decisões políticas dos Estados Unidos vão ser determinantes”.
Donald Trump prometeu cortar impostos e reduzir a regulamentação.
Jeff Schumacher, presidente executivo da BCG Digital Ventures não é adepto de algumas das posições de Trump, mas está otimista em relação ao que a nova presidência deverá significar para os negócios:
“Trump pode vir a ser o empreendedor dos empreendedores e criar muito crescimento nos Estados Unidos. Se tivermos redução do IRC e menos regulação, penso que muito capital irá entrar nos Estados Unidos. Com esse fluxo de capitais e um forte crescimento, os Estados Unidos, só pela dimensão que têm, podem puxar pela economia mundial”.
Mas, se os Estados Unidos podem ser o motor do crescimento global, também podem vir a ser o seu travão.
Se uma parte da retórica protecionista de Trump for colocada em prática, isso pode significar problemas sérios, segundo o economista Nariman Behravesh, da IHS Consulting:
“Se for um populismo virado para o crescimento, será fantástico. E é isso que pensamos que irá acontecer no final. É o mais provável. Mas se tivermos um populismo assente no protecionismo, isso pode ser um desastre para os Estados Unidos, China e muitas partes do mundo. É um cenário de recessão”.
Sejam quais forem as decisões, 2017 promete ser um ano de grandes mudanças de políticas nos Estados Unidos, que terão efeitos colaterais no resto do mundo.