Coreia do Sul está a ferver e tem de escolher novo presidente até nove de maio

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De  Francisco Marques
Coreia do Sul está a ferver e tem de escolher novo presidente até nove de maio

Prosseguem as manifestações na Coreia do Cul após a destituição da Presidente e o balanço de vítimas subiu este sábado de manhã para três mortos entre os manifestantes.

Implicada num caso de corrupção e tráfico de influência, na sexta-feira o Tribunal constitucional confirmou a destituição de Park Geun-hye.

O “impeachment” (recuperando um termo anglófono tornado famoso pelo processo similar envolvendo Dilma Rousseff no Brasil) já havia sido decidido a nove de dezembro pelo parlamento, mas necessitava de uma decisão constitucional para se concretizar.

Após a aprovação unânime do tribunal, milhares saíram para as ruas na Coreia do Sul. Uns em protesto contra a decisão e a favor da continuidade da Presidente. Outros, a celebrar a destituição e a exigir agora a prisão da ex-chefe de Estado.

Logo após a confirmação da destituição da Presidente, centenas de apoiantes de Park Geun-hye concentraram-se junto ao Tribunal Constitucional. O protesto degenerou em confrontos com a polícia.

Pelo menos três pessoas morreram devido a ferimentos resultantes destes confrontos. A última, um homem de 74 anos, morreu este sábado pelas 06:45 horas locais (21:45, ainda de sexta-feira, em Lisboa), num hospital de Seul, informou a polícia.

O homem terá sido levado para o hospital depois de ter perdido a consciência após os confrontos com a polícia por volta das 12:30 de sexta-feira (03:30,em Lisboa). As autoridades prometeram à família da vítima a realização de uma autópsia para apurar as causas da morte, adianta a agência sul-coreana Yonhap.

A Comissão Eleitoral da Coreia do Sul confirmou, entretanto, o prazo de dois meses para a eleição de um sucessor para Park Geun-hye.

“Estamos numa situação muito séria. Temos de eleger um novo presidente até nove de maio, mas estamos preocupados. Os vários conflitos que temos visto até agora podem agravar-se com as eleições e o ambiente destas presidenciais pode vir a aquecer demais”, alertou Kim Yong-deok, o presidente da comissão eleitoral sul-coreana.

Park Geun-hye mantém-se, para já, em silêncio e este sábado, de acordo com a Yonhap, ainda instalada no palácio presidencial. “A Presidente ficou em estado de choque e parece precisar de tempo para digerir o que acabou de lhe acontecer”, disse uma fonte próxima da ex-chefe de Estado à agência de notícias sul-coreana.