Justiça espanhola condena ex-presidente catalão por "referendo ilegal"

A justiça espanhola condenou o ex-presidente da Catalunha, Artur Mas, a dois anos de inelegibilidade pelo referendo soberanista de 2014.
Os juízes reconheceram Mas e outros dois ex-colaboradores (condenados a 21 e 18 meses de inelegibildade) como culpados de “desobediência” face ao Tribunal Constitucional, que tinha considerado a consulta popular como ilegal.
Artur Mas garantiu que vai apresentar recurso da decisão e que está pronto a levar o combate ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
“Nós voltaríamos a fazer exatamente o mesmo. Não nos arrependemos de nada. Somos democratas e os democratas estão à escuta do povo e respeitam o mandato popular”, afirmou o ex-dirigente.
O veredito surge num momento em que o sucessor de Mas pretende voltar a desafiar a Constituição Espanhola e o governo de Madrid, com um novo referendo à independência da Catalunha até setembro deste ano.
A consulta popular de 2014, puramente simbólica, tinha reunido mais de 80% de votos a favor da independência, com uma participação abaixo dos 50% da população (2,2 milhões votaram num universo de 5,4 milhões de eleitores).
As últimas sondagens, publicadas pelo governo regional em dezembro, apontavam para um resultado cerrado, entre 45,3% para o SIM e 46,8% para o NÃO à independência.