O ataque químico em Idlib é uma história fabricada para servir de pretexto ao ataque lançado pelas forças norte-americanas a 7 de abril contra a base aérea síria, disse Bashar al-Assad
O ataque químico de 4 de abril em Khan Sheikhun, na província de Idlib, é uma fabricação dos Estados Unidos, afirma o presidente sírio Bashar al-Assad.
Nunca usámos armas químicas na nossa história
Em entrevista exclusiva à agência francesa France-Presse, divulgada esta quinta-feira, al-Assad sublinha que a Síria não tem armas químicas há vários anos.
Para o chefe de Estado sírio, nada é certo: não se sabe sequer se as fotos divulgadas mostravam crianças mortas:
“A nossa opinião é que o Ocidente e principalmente os EUA, é cúmplice dos terroristas. Forjaram toda esta história para terem um pretexto para o ataque. Não sabemos se essas crianças foram mortas em Khan Sheikhoun, nem sequer se estavam mortas. Quanto ao material usado, não existe nenhuma informação, ninguém investigou”, disse Bashar al-Assad.
O dirigente sírio frisou ainda que Damasco entregou em 2013 todo o arsenal de armas químicas de que dispunha:
“Não foi ordenado nenhum ataque. Não temos armas químicas – entregámos a totalidade do nosso arsenal há dois anos e se as tívessemos não as teríamos usado. Nunca usámos armas químicas na nossa história”.
De acordo com a agência Reuters, a Organização para a proibição das Armas Químicas (OPCW na sigla inglesa) enviou uma equipa à Turquia, com destino à Síria, para recolher provas sobre o ataque químico que matou cerca de uma centena de civis.
O presidente Assad quer que a organização assegure “uma investigação imparcial”, com a “participação de países imparciais, para garantir que não é utilizada para fins políticos”.
Segundo a agência russa TASS, a OPCW não confirma nem desmente o envio desta delegação de peritos.
O embaixador britânico na ONU, Matthew Rycroft, anunciou na quarta feira que as amostras recolhidas em Khan Sheikhun revelam a presença de gás sarin, ou uma substância derivada deste gás, nas armas químicas usadas no ataque da semana passada.