Macron e Le Pen: programas políticos comparados

Macron e Le Pen: programas políticos comparados
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Emmanuel Macron, antigo banqueiro de investimentos, ministro das Finanças num governo socialista e estreante na cena política activa vai estar no ringue da segunda volta das presidenciais francesas, a

Emmanuel Macron, antigo banqueiro de investimentos, ministro das Finanças num governo socialista e estreante na cena política activa vai estar no ringue da segunda volta das presidenciais francesas, a 7 de Maio, com a extrema direita, o eurocepticismo e a liderança da Frente Nacional de Marine Le Pen. Os boletins de voto contados nesse dia vão entregar a vitória e as chaves do Palácio do Eliseu a um deles. Mas que propostas concretas apresentam para além de se saber que o posicionamento de um está nos antípodas do do outro?

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A Europa e o “Frexit”

Le Pen espera seguir o exemplo de Nigel Farage no Reino Unido e levar um “Frexit” às urnas em referendo. Como outros conhecidos populistas de direita, é cautelosa quanto a Bruxelas e pretende seguir políticas económicas protecionistas. Romper com o acordo comercial CETA entre a União Europeia e o Canadá é uma eventualidade forte na agenda. É nestas políticas que a extrema-direita francesa e a esquerda radical quase se entendem.

Emmanuel Macron psicionou-se como o mais pro-europeu de todos os candidatos na primeira volta da campanha. Propõe “convenções democráticas” ao longo de toda a União Europeia depois das eleições alemãs neste outono, de modo a poder dar lugar a uma reforma profunda.
Pede que a Eurozona tenha o seu próprio orçamento, parlamento e ministro da economia. Fora do espaço europeu, o ex-banqueiro de investimentos defendeu o acordo comercial CETA.

A crise de refugiados

As políticas de Le Pen apoiam-se naquilo a que chama “preferência nacional” e implica a saída de França do espaço Schengen, fortalecimento de fronteiras com redução da imigração para 10 mil pessoas por ano (muito abaixo de 200 mil), maiores restrições nas condições para pedido de asilo, assegurar que imigrantes ilegais são impedidos de obter legalização, expulsão de todos os “criminosos e delinquentes estrangeiros” e a imposição imediata de um adiamento de dois anos no cuidado médico gratuito dado a estrangeiros.

Em contraste, Macron desafia para uma França “aberta” que “tem fé nos seus valores”. Isto traduz-se por “assumir a responsabilidade” ao acolher refugiados em cooperação com outros Estados membro da União Europeia.
O antigo ministro da Economia descreveu o acolhimento de estudantes estrangeiros como “feliz” e como “motivo de orgulho”. Apesar de não ter nenhuma proposta de alteração legislativa, Macron falou na campanha em “melhorar a integração”.

Employment and the Economy

O plano orçamental de Macron passa por poupar 60 mil milhões de euros na redução de 120 mil postos na função pública.
A oponente ainda não revelou números específicos para a proposta orçamental, mas diz ter o objetivo de reduzir o deficit em poupanças dentro do Serviço Nacional de Saúde francês, na eliminação das contribuições para a União Europeia e no endurecimento do combate à “fraude fiscal e social”.

Ambos os candidatos são a favor da contratação de mais agentes de segurança, apesar de os números divergirem muito, com Macron a apontar para os dez mil e Le Pen com mais do dobro, 21 mil.

A Frente Nacional quer taxar negócios com produção deslocalizada a 35% e fixar penalizações na contratação de trabalhadores estrangeiros.
Le Pen já afirmou que afastaria a controversa reforma da lei laboral do governo socialista que causou protestos de norte a sul do país, mas Macron, ministro do governo socialista que a levou a efeito, espera, sem surpresa, mantê-la.

Russia

Enquanto Macron é um dos poucos candidatos a posicionar-se claramente contra o estreitar de laços com a rússia, Le Pen vê uma “união estratégica” com o Kremlin como crucial no combate contra o Daesh. Recentemente, Le Pen visitou o Kremlin e, claro, Putin, onde recebeu considerável apoio político e financeiro.

Macron vê como uma responsabilidade a manutenção de relações cordiais com a Rússia por parte da Europa, mas defende a manutenção de sanções face à anexação da Crimeia “enquanto o acordo de Minsk não seja respeitado”.
Le Pen não encara a acção russa na Ucrânia como ilegal.

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