Ambos os candidatos visitaram uma fábrica ameaçada por deslocalização para o estrangeiro. Macron foi assobiado, o nome de Le Pen ecoou.
O Norte de França parece não ser favorável a Emmanuel Macron, que teve alguma dificuldade em recolher os habituais sorrisos de campanha em Amiens, numa já prometida visita a uma fábrica de electrodomésticos em risco de ser deslocalizada para a Polónia e em greve desde segunda-feira.
Macron teve uma barreira de repórteres e segurança e optou pela visita aos trabalhadores após reunir a poucos quilómetros, na cidade, com representantes sindicais, mas isso não o impediu de ouvir os assobios dos trabalhadores e gritos de “Marine Presidente”, numa zona (o norte de França) onde a Frente Nacional tem terreno seguro.
“A senhora Le Pen usa a situação da fábrica para tirar vantagem política, porque o que faz é agitar activistas políticos num parque de estacionamento. Quero que todos os que vivem e trabalham nesta área saibam isto: se ela for eleita, esta fábrica vai fechar. E posso nomear dúzias de outras. É isto que nos diferencia verdadeiramente, no método e no conteúdo”, declarou Macron.
Foi precisamente enquanto Macron reunia com representantes sindicais da fábrica, que Marine Le Pen apareceu sem aviso prévio junto dos operários, reunidos no parque de estacionamento e em greve.
“Vocês são o símbolo de hoje desta globalização odiosa que teve lugar e que leva as fábricas a irem para o estrangeiro, destruindo milhares de postos de trabalho. Faremos tudo o que for possível para que não feche, vamos encontrar um comprador. Temos de deixar de dizer que o Estado nada pode fazer, não é verdade.”, foram algumas das palavras da candidata presidencial no local.
Marine Le Pen distanciou-se da liderança da Frente Nacional e parece ganhar dividendos ao preferir o terreno e a mensagem direta.
Métodos e conteúdos diferentes que serão lidos em resultados eleitorais a 7 de Maio.