A escolha faz-se entre o independente de centro liberal, Emmanuel Macron, e a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen. Resultados a partir das 20 horas locais.
Com AFP e France Télévisions. Em atualização
Os franceses elegem, este domingo, o oitavo presidente da Quinta República. Aqui ficam os alguns dos dados mais importantes destas eleições que a Europa e o mundo seguem com atenção e que poderiam ditar o futuro da União Europeia:
- São quase 46 milhões de eleitores
- Mais de um milhão e 300 mil vivem no estrangeiro
- O processo eleitoral tem lugar com a França em estado de emergência
- Cerca de 50 mil agentes de segurança estão no terreno
- Candidatos da segunda volta não pertencem pela primeira vez, aos partidos políticos tradicionais
- Emmanuel Macron é independente de centro liberal e Marine Le Pen da extrema-direita
- É a primeira vez que o presidente não se apresenta a um segundo mandato
- A participação na segunda volta poderia ser inferior à da primeira volta, situação rara
A campanha das presidenciais de 2017 foi descrita pelos media franceses como “inédita”, “agressiva” e mesmo “violenta”, especialmente no que ao debate entre os dois candidatos diz respeito.
As eleições têm lugar numa França em estado de emergência, por causa dos atentados que atingiram o país nos últimos tempos, a maioria dos quais reclamados pelos jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico ou Daesh.
Os residentes nos territórios ultramarinos foram os primeiros a votar, como foi o caso dos habitantes da ilha da Reunião (Oceano Índico), das ilhas da Guadalupe e Martinica (Caraíbas) ou ainda da Guiana francesa (América do Sul), território recentemente abalado por tumultos e uma greve geral, assim comos os residentes franceses no estrangeiro, em particular nas grandes cidades norte-americanas – Estados Unidos e Canadá.
Uma eleições inéditas na História da V República Francesa
O processo eleitoral permite aos franceses elegerem o oitavo presidente da Quinta República, tendo, como opção, dois candidatos que não pertencem, pela primeira vez, ao espetro político tradicional, ou seja ao partido Os Republicanos, do centro-direita (antigo partido UMP) ou ao Partido Socialista (PS), do centro-esquerda.
Biografia de Emmanuel Macron, que vai competir no 2º turno da eleição presidencial francesa
— AFP Brasil (AFPgraphics</a> Por: <a href="https://twitter.com/CicaGamboa">
CicaGamboa#AFPpic.twitter.com/GNRF2fjifTAFPBrasil) <a href="https://twitter.com/AFPBrasil/status/860582697571409922">5 de maio de 2017</a></blockquote> <script async src="//platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script> <br> O *independente liberal de centro*, como é habitualmente descrito "Emmanuel Macron":http://en-marche.fr/emmanuel-macron, e a candidata da *extrema-direita*, "Marine Le Pen":https://www.marine2017.fr/, representam, respetivamente, o movimento "En Marche!":http://en-marche.fr/ e o partido "Frente Nacional":http://www.frontnational.com/, este último fundado pelo *pai da candidata*, "Jean Marie Le Pen":http://www.jeanmarielepen.com/p/biographie.html. <br> <blockquote class="twitter-tweet" data-lang="pt"><p lang="pt" dir="ltr">Biografia de Marine Le Pen, que vai concorrer no 2º turno da eleição presidencial francesa <a href="https://twitter.com/AFPgraphics">
AFPgraphics Por:CicaGamboa</a> <a href="https://twitter.com/hashtag/AFP?src=hash">#AFP</a> <a href="https://t.co/lYAfVKc3wi">pic.twitter.com/lYAfVKc3wi</a></p>— AFP Brasil (
AFPBrasil) 5 de maio de 2017
Extrema-direita na segunda volta pela segunda vez em 15 anos
É a segunda vez que um candidato da extrema-direita chega à segunda volta do escrutínio.
Em 2002, Jean-Marie Le Pen, fundador do partido Frente Nacional, foi o segundo mais votado na primeira volta, depois de Jacques Chirac, do então RPR, depois UMP e agora Os Republicanos (centro-direita).
A presença de Jean-Marie Le Pen provocou uma onda de choque no país e acabou por ser derrotado, por Chirac, que conseguiu 82,21% dos votos.
Este ano, no entando, a presença de Marine Le Pen na segunda volta era esperada. A candidata tem vindo a construir uma base de apoio cada vez mais sólida, nomeadamente nas eleições locais e regionais dos últimos anos.
Marine Le Pen deseja fazer um referendo sobre a saída de França da UE e sobre o abandono do euro. Diz também ser contra “qualquer tipo de imigração, legal e ilegal.”
Um improvável candidato que abandonou o PS
Mais improvável do que a presença de Marine Le Pen na segunda volta destas presidenciais é a de Emmanuel Macron.
Descrito pelos media franceses como independente, centrista e liberal poderia ser o mais novo presidente da República Francesa.
Tem apenas 39 anos e era praricamente desconhecido do eleitorado há apenas três anos. Desenvolveu uma estratégica definida como centrista, atacando as duas forças políticas tradicionais – Os Republicanos e o PS.
Hollande a voté à Tulle pour un second tour “lourd de conséquences” https://t.co/EjNACwniBY#AFPpic.twitter.com/2JZuGPfnAw
— AFP Bordeaux (@AFPBordeaux) 7 de maio de 2017
Contrariamente à rival, Macron é pró-UE e favorável à moeda única. Acusa a rival de propagar, no seio da população francesa, um discurso de ódio.
Uma campanha tensa e marcada por acusações
Depois dos escândalos que marcaram a primeira volta, nomeadamente com o candidado do partido Os Republicanos, François Fillon, a segunda fase da campanha foi particularmente tensa. O debate final entre os dois candidatos foi visto por grande parte da opinião pública como “vazio” e “sem nível.”
Poucas horas antes das eleições, dois pequenos sobressaltos nos dois lados da barricada:
A equipa do candidato Macron afirma que vários documentos internos foram roubados com recurso a atos de pirataria informática. O presidente da República disse que a ação “não ficaria sem resposta.”
A equipa da candidata Le Pen, por seu lado, denuncia alegados envios de boletins de voto rasgados a vários departamentos. A comissão eleitoral disse que se encontra a investigar o caso.
Election #Presidentielle2017 : 50 000 policiers et gendarmes déployés pr la #sécurité du 2nd tour et des rassemblements suite aux résultats pic.twitter.com/2AcVYZ15Ov
— Ministère Intérieur (@Place_Beauvau) 5 de maio de 2017