#grime4corbyn é um movimento político com raízes no meio musical londrino. "Mais do que apoiar a candidatura de Corbyn, queremos aliciar os jovens para a atividade política", afirmam os seus dinamizadores
A cena musical alternativa londrina não é normalmente associada com a política. Ultimamente, esta situação está a mudar. Um novo movimento político está a criar raízes nos meios ligados à subcultura Grime: o #grime4corbyn.
A Grime é uma corrente musical que combina elementos de garage, hip-hop, rap e jungle, e é produzida por e para jovens que vivem afastados da atividade política e dos círculos de poder. O líder trabalhista Jeremy Corbyn conseguiu, nos últimos tempos, atrair a atenção da juventude britânica, principalmente nas redes sociais. Foi assim que nasceu o movimento #grime4corbyn, dinamizado por jovens que decidiram encorajar à atividade política aqueles que poderiam não sair do espaço virtual para fazer vencer nas urnas as suas convicções políticas.
Artistas, rappers e youtubers estão apostados em organizar eventos que desafiam a juventude a conquistar influência sobre o mundo que a rodeia. “Os jovens dizem todos ‘Eu nunca votei, mas este ano vou votar.’ Nunca me interessei por política mas este é o momento de mudar isso”, disse Ella, uma das participantes, à nossa reportagem.
Segundo as sondagens, os trabalhistas poderão ganhar as eleições se 80% dos jovens eleitores for às urnas. O futuro dirá que impacto terão a longo prazo.
David Vujanic, um youtuber apaixonado pelo futebol, decidiu pôr de lado o futebol para se consagrar à política e entrevistou recentemente Jeremy Corbyn. Diz que este movimento começou por ser uma ligeira ondulação, que continua a crescer e pode vir a tornar-se um autêntico “tsunami”. “Dentro de cinco anos, se os trabalhistas estiverem no poder, ninguém será capaz de parar este tsunami.”
Femi Oyeniran, o principa dinamizador do movimento #grime4corbyn, afirma que está em jogo muito mais do que Corbyn e as próximas eleições:
“O objetivo de longo prazo vai muito além das próximas eleiçõe. Não se trata apenas de apoiar Jeremy Corbyn, o que está em jogo é aliciar a juventude a abraçar a atividade política. Está em jogo muito mais do que apenas Corbyn.”