O primeiro-ministro da Roménia rejeita demitir-se depois de ser chumbado pelo próprio partido, os Sociais Democratas, maioritários no parlamento.
Seis meses após a vitória nas legislativas, o líder do PSD, retirou a sua confiança ao chefe de governo, acusado de não respeitar o programa da formação. Liviu Dragnea afirma-se pronto a nomear um sucessor em conjunto os parceiros de coligação, os liberais do partido ALDE.
O presidente romeno anunciou esta quinta-feira que rejeita resolver o diferendo sem uma moção de censura no parlamento.
O primeiro-ministro, Sorin Grindeanu, rejeita ceder à revolta dos deputados e ministros que abandonaram o executivo:
“Sou obrigado a ser responsável face à Roménia, e de enfrentar o meu próprio partido. Este governo é o governo da Roménia, não o conselho supremo de um partido”, reagiu Grindeanu.
A demissão dos ministros do PSD ocorre quatro meses depois da vaga de protestos contra a decisão do primeiro-ministro de despenalizar parcialmente os crimes de corrupção.
Grindeanu acusa o líder da sua formação de querer concentrar todos os poderes, depois de ter sido impedido de apresentar-se às eleições após uma condenação a dois anos de prisão, em pena suspensa, por fraude eleitoral.
A crise política ocorre num momento em que a Roménia regista o maior crescimento económico da UE, cerca de 5,7% no primeiro trimestre do ano. Uma retoma que, para o líder do PSD, Dragnea, é o resultado do programa da formação e não da atuação do primeiro-ministro.
Os Sociais-Democratas tinham recentemente aprovado uma nova lei que prevê aumentos generalizados para os trabalhadores da função pública, aparentemente sem consultar o primeiro-ministro, quando a despesa adicional faz aumentar os receios da UE e do FMI em torno de uma derrapagem do défice romeno.