"Um milhão de votos manipulados" nas eleições da Constituinte venezuelana

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De  Euronews
"Um milhão de votos manipulados" nas eleições da Constituinte venezuelana

A participação na controversa eleição de domingo da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) na Venezuela foi manipulada, assegura a empresa responsável pelo escrutínio.

A Comissão Eleitoral (CNE, na sigla original) avançou com uma participação de 41,53 por cento, referente a 8.089.320 eleitores dos cerca de 19,5 milhões que compõem os cadernos eleitorais venezuelanos.

O diretor executivo da Smartmatic, a empresa responsável pela contagem dos votos, garante ter havido menos cinco por cento de registos do que os anunciados pela CNE e acrescentou que “uma auditoria iria permitir saber com exatidão a participação.”


“Estimamos que a diferença entre a participação real e o número avançado pelas autoridades é de pelo menos um milhão de votos. É importante sublinhar que isto não teria ocorrido se os auditores de todos os partidos políticos tivessem estado presentes em todos os momentos da eleição”, afirmou Antonio Mugica, CEO da Smartmatic.


A eleição da Constituinte foi anunciada a 01 de maio pelo Presidente Nicolás Maduro e o resultado alcançado este domingo foi celebrado como um triunfo pelos apoiantes do chefe de Estado e de Governo venezuelano apesar das críticas de maior parte da comunidade internacional.

A União Europeia, Portugal incluído, recusa reconhecer a legitimidade da Assembleia Constituinte venezuelana cuja tomada de posse foi anunciada para quinta-feira.


A oposição, liderada pela coligação Mesa de Unidade Democrática (MUD), boicotou o sufrágio, por entender tratar-se de um mero impulso de Maduro à consolidação da ditadura “chavista” no país.

A MUD garante que a participação no sufrágio não terá ido além dos 12 por cento (cerca de 1,5 milhões de eleitores).


A coligação de oposição convocou para esta quinta-feira uma marcha de protesto nas principais ruas do país para se manifestar contra a instalação da Constituinte.

A mobilização foi anunciada pelo vice-presidente da Assembleia Nacional (parlamento), órgão dominado pela oposição e ao qual o Presidente Nicolás Maduro pretende retirar poder.