Aliança Democrática quer também que sejam convocadas eleições anticipadas.
Com agências
O principal partido da oposição da África do Sul, a Aliança Democrática (DA, sigla em inglês) vai propor a dissolução do parlamento e a realização de eleições anticipadas.
A decisão surge depois da rejeição de mais uma moção de censura – a sétima – contra o presidente Jacob Zuma, da parte do parlamento.
Zuma tem mais de 700 crimes pendentes nos tribunais sul-africanos, mas, neste caso, a oposição acusa-o de responsabilidade na crise económica que fez perder o emprego a dois milhões de trabalhadores nos últimos oito anos.
The party said it will table a motion to have parliament dissolved https://t.co/TQMHhjW5d4
— 702 (@Radio702) 9 de agosto de 2017
A taxa de desemprego atingiu os valores mais elevados dos últimos 14 anos: 27,7% da população ativa encontra-se sem trabalho. Enquanto isso, a economia voltou à esperical recessiva.
Depois de conhecido o resultado da moção de censura, o rand perdeu 1,5%, o que se traduz numa reação negativa por parte dos mercados.
Zuma sobrevive, mas mais fraco
A moção deixou abertas algumas feridas dentro do seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês), que poderiam traduzir-se em obstáculos para governar e numa dificuldade para o atual presidente em escolher o seu sucessor.
Eram necessários 201 votos a favor para que o presidente fosse destituido. No entanto, cerca de 30 deputados do ANC decidiram apoiar o presidente, numa decisão que apanhou muitos por surpresa.
Political editor for Mail & Guardian, Matuma Letsoalo, says Zuma doesn’t realise the damage he has caused to the AN… https://t.co/I955NSM4F4
— 702 (@Radio702) 9 de agosto de 2017
Agora, a prioridade de Zuma é eleger um sucessor que lhe permita terminar o mandato sem ser incomodado pelas acusações de corrupção.
O Congresso Nacional Africano deverá eleger um novo líder no próximo mês de dezembro. Uma antiga mulher de Zuma, Nkosazana Dlamini-Zuma, que ocupou várias pastas nos Governos Mandela, Mbeki e Zuma, tendo também assumido o posto de líder da Comissão da União Africana, é considerada como a favorita.
Fortune favours the brave: Whatever Baleka Mbete decides — there are political lives are on the line — not just Zuma’s. More in the M&G! pic.twitter.com/ZblAE7zmA1
— Mail & Guardian (@mailandguardian) 3 de agosto de 2017
Outro possível candidato é o vice-presidente Cyril Ramaphosa, conhecido homem de negócios, que conta com o apoio do Partido Comunista da África do Sul (SACP, sigla em inglês) e com a federação sindical COSATU.
A próximas eleições presidenciais têm lugar dentro de dois anos, em 2019. Os candidatos do ANC, do líder histórico, Nelson Mandela, governam a maior economia do continente africano desde que o país realizou as primeiras eleições democráticas, em 1994.