Temer é acusado de participação em organização criminosa e obstrução à justiça. Cabe ao Congresso decidir se será julgado pelo Supremo Tribunal
A Procuradoria-geral do Brasil lançou duas novas acusações contra o presidente. Michel Temer é acusado de obstrução à justiça e participação em organização criminosa.
Trata-se do segundo conjunto de acusações lançadas contra o presidente no quadro do escândalo que envolve a maior empresa mundial de processamento de carnes, JBS SA. O presidente é acusado pelo Procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de receber subornos em troca de favores políticos.
A denúncia baseia-se no testemunho de executivos que acusaram Temer de aceitar subornos em troca de favores políticos e para calar acusações que o incriminavam.
As testemunhas, Joesley Batista, um dos donos da JBS, e Rucardi Saud, revelaram informações sobre Temer em troca de uma pena mais leve. Batista e Saud foram detidos por decisão de Sergio Moro, o juiz encarregue do caso, depois de terem perdido a imunidade penal, por terem, alegadamente, omitido informações relevantes.
No rol dos acusados figuram ainda o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência Moreira Franco e os ex-deputados Eduardo Cunha, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Loures.
De acordo com a denúncia, o esquema permitiu aos suspeitos receberem 587 milhões de reais (aproximadamente 157 milhões de euros) em transacções ilícitas.
Temer é acusado de obstruir a justiça por ter alegadamente dado aval para que a gigante brasileira exportadora de carnes comprasse o silêncio do operador financeiro Lúcio Funaro e do ex-deputado Eduardo Cunha.
O Presidente do Brasil negou diversas vezes estar implicado em qualquer uma destas práticas.